quinta-feira, 29 de maio de 2008

MISTICISMO PARA CRIANÇAS




"Magia, força, fogo. Desafie seus amigos com os poderes dos cards Dracomania". Essa é a nova "febre" entre crianças e pré-adolescentes. As figuras que aparecem nos salgadinhos da Elma Chips (Cheetos, Fandangos, Baconzitos, Cebolitos, e produtos similares) possuem forte inspiração mística. Os cards fazem parte de um jogo envolvendo disputa de poder.

Impressionante como práticas antigas, condenadas na Bíblia (Deuteronômio 18:10) voltam através da cultura popular: desenhos animados, cards, jogos, games, etc... Embora a aparente inocência, já podemos ver a atuação de um poder que quer ocupar a mente de jovens e crianças com mensagens opostas às que Deus nos deixou.

Colaboração: Maíra e Lorrany

quarta-feira, 28 de maio de 2008

AINDA LIDERANDO O RANKING DOS BEST SELLERS


[...] A pesquisa "Retratos da Leitura do Brasil", que estudou o comportamento, gosto e preferência dos leitores, aponta ainda que enquanto 90% dos adultos leitores com mais de 40 anos de idade preferem ler em locais silenciosos, muitos jovens com idade entre 14 e 17 anos dizem que gostam de ler ouvindo música. Já 14% das crianças com menos de 10 anos curtem os livros ao mesmo tempo em que assistem à TV.

[...]

A "Bíblia" é vitoriosa em todos os rankings de leitura. Ela é a obra mais lida pelos leitores entrevistados (45%), seguida dos livros didáticos (34%), que são obrigatórios na idade escolar. Ela também aparece no topo dos livros mais lidos tanto por homens quanto por mulheres. Se levarmos em consideração a escolaridade do entrevistado, ela é a obra mais lida para os que cursaram até a 4ª série e é o gênero mais lido entre os leitores com mais de 50 anos.

Quando questionados sobre o último livro que o leitor leu ou está lendo, a "Bíblia" também aparece em primeiro lugar no ranking, seguida do livro "Código da Vinci". Mais de mil títulos foram citados pelos entrevistados, sendo que o número de citações da bíblia foi 18 vezes maior que a do "Código da Vinci".

A "Bíblia" também está no topo dos livros mais importantes na vida dos leitores. A obra foi citada dez vezes mais que "O sítio do pica-pau amarelo", numa referência às obras de Monteiro Lobato, segundo colocado na lista.


Consagrada como campeã em vendas, a Bíblia, infelizmente, ainda não é campeã em muitos corações, que, embora calejados por conhecer sua letra, fracassam por desconhecer seu espírito.

TER DOIS OLHOS EM TERRA DE CEGO




Mais de quinze mil páginas e cinquenta anos de preparo.
O Oxford English dictionary corresponde a aproximadamente (em número de páginas) cinco dicionários Houaiss, o mais completo em Língua Portuguesa. A Macmillan company escolheu para editor do projeto o Dr. James Murray, presidente da Sociedade de Filologia da Inglaterra. Apesar de suas habilitações, logo Murray deu-se conta de estar diante de um desafio sobre-humano. Seria necessário um assistente!
Como num passe de mágica, surge Dr. W. C. Minors: este misterioso acadêmico, sabendo do projeto, remeteu uma carta ao Dr. Murray – estava disposto a colaborar. Um acadêmico que caiu do céu? O Dr. Murray, entre confuso sobre o desconhecido e com medo de transparecer sua desconfiança, respondeu ao Dr. Minors, simulando aceitar a ajuda. Talvez, pensava, Minors até nem estivesse mais interessado…
A segunda carta de Minors convenceu Murray que seu colega desconhecido era um gênio. Não demorou muito e ambos passaram a colaborar através de correspondências. As sugestões e contribuições do Dr. Minors eram cada vez mais valiosas. Apesar disto…
Sequer um encontro houvera entre os eruditos até então! Do Dr. Minors apenas se sabia o endereço: Crowthorne, Inglaterra. Decidido a conhecer seu colaborador mais próximo, o Dr. Murray convidou-o a ir para Oxford através de uma carta. A missiva que se seguiu contava da impossibilidade do Dr. Minors, por razões físicas, de visitar o colega. Porém, o Dr. Murray seria bem-vindo em sua residência.
Em alguns dias, o Dr. Murray viajou até a Wellington College Station; lá, um cavalheiro uniformizado o escoltou até a residência de seu genial correspondente. Para o choque de Murray, ele não encontrou um campus universitário ou a residência de um acadêmico excêntrico – pior: o Dr. Minors era interno no Broadmoore Asylum, que tratava de criminosos insanos! O maior colaborador do Oxford English dictionary não passava de um lunático perigoso!
Sobre o Dr. Minors, “é suficiente dizer que temos aqui um homem cujo conhecimento excedeu sua vida… cuja deslumbrante demonstração de discursos foi somente ultrapassada por seu confuso espetáculo de corrupção.” [1] Conhecimento, por si só, não possui o poder de transformar a conduta de vida. Mesmo que estejamos tratando de conhecimento da Bíblia.
Por vezes me surpreendo com o quanto as pessoas conhecem sobre a Bíblia ou a respeito de doutrinas, o que é, sem dúvida, algo positivo. Porém, se em sua experiência você tem decorado versículos bíblicos, e, ainda assim, fracassando espiritualmente nos mesmos pontos, já passa da hora de conseguir algo além de uma boa memória. Permita-me ilustrar:

A parábola do livre-docente

Então, o livre-docente dirá também aos que estiverem à sua esquerda: apartai-vos de mim, malditos, para a reclusão, junto aos tolos e ignorantes.
Porque vocês tinham a Bíblia, mas não examinaram todos os manuscritos disponíveis em Grego e Hebraico;
Porque vocês pregavam, mas não utilizavam meticulosamente comentários, concordâncias e Atlas bíblicos;
Porque vocês davam estudos bíblicos, mas deixaram de se preparar cursando o seminário teológico e fazendo uma especialização em Arqueologia bíblica em Jerusalém;
Porque vocês testemunharam, mas foram incapazes de preparar uma dissertação breve, com quatrocentas páginas de texto (fora a bibliografia) a respeito da história de sua denominação religiosa;
Toda vez que deixaste de estudar, deixaste de crer!

Por favor, não quero minimizar a importância do estudo. Nossa cultura brasileira já é bem-sucedida em fazê-lo. Ocorre que, de fato, é uma ilusão medir o cristianismo pelo que você conhece; cristianismo se mede pelo Deus que nós conhecemos através de uma convivência poderosa o suficiente para moldar nossa visão sobre quem somos, sobre a vida, sobre os valores e sobre nosso propósito em estar neste mundo. Conhecimento sem mudança é intelectualismo vazio, incapaz de impactar tanto a nós mesmos como os que nos cercam.
Mas, a exemplo do Dr. Minors, um grande número de cristãos tem seu discurso contrariado pela prática. Vera Paiva, professora da USP, e coordenadora de estudos sobre a sexualidade, especialmente entre jovens pertencentes a grupos religiosos, explicando o aumento da iniciação sexual antes dos dezenove anos de idade, afirma:

Quero chamar a atenção para o seguinte: mesmo diante dos dogmas, as pessoas conseguem ser sujeitas de sua própria sexualidade. Veja que esse estudo envolveu jovens que são líderes religiosos na sua comunidade. Eles participam, são ativos, militam. Os evangélicos afirmam que sexo fora ou antes do casamento é pecado e permitem ou mesmo recomendam contraceptivos, mas dentro do matrimônio. Quando você vai ver, uma proporção imensa deles transou antes do casamento - e sem preservativo. Então dizem uma coisa e fazem outra. [2]

Isso não acontece, evidentemente, apenas no aspecto da sexualidade, mas envolve diversas facetas da experiência. Ocorre que nossa época vê com desconfiança tudo quanto se relacione com regras. Há alguns anos, alguém detectou esse sentimento e traduziu na seguinte declaração:
“‘hoje em dia, um número crescente de pessoas sente cada vez menos restrições ou inibições interiores contra a desobediência de qualquer lei ou código moral que interfira em seus desejos ou impulsos particulares. Enquanto os estigmas sociais que eram atribuídos à quebra da lei e desvio da moral tradicional se enfraquecem, a distinção entre liberdade e libertinagem torna-se cada vez mais obscurecida no espírito do indivíduo. ‘A lei é vista como um inimigo a ser destruído ou passado para trás’. No final das contas, o único ‘pecado’ é ser ‘apanhado’.’” [3]
Aliás, não é à toa que um dos Best-sellers de espionagem tenha o curioso título: “O décimo primeiro mandamento: não te deixarás apanhar”! [4] Muitos cristãos parecem guardar apenas este mandamento…
A religião já não significa o mesmo para nossa geração em relação o que até então significara; testemunhamos um espírito religioso que se desenvolve “longe do controle e tutela institucionais”, que se multiplica em “formas originais de crença”. Tais crenças estão baseadas na “manifestação do divino”, não como produto de fé na Bíblia, mas, sim, devido à influência de um misticismo crescente. [5]
Essa nova religiosidade não busca a “verdade absoluta”, porque vê o “mundo espiritual” como algo que “não tem fronteiras”; agora o que importa são as “preferências” e “escolhas” do indivíduo – “Eu vou acreditar naquilo de que gosto e que me faz bem agora. Vou crer no que eu quiser neste momento.”
Mas as escolhas do indivíduo estão diretamente relacionadas com as da tribo, ou seja, de outros indivíduos, que partilham do mesmo gosto, opinião e afinidades. As tribos são, portanto, “grupos de interesses homogêneos.” [6] Por causa do novo fenômeno religioso moderno, as crenças se diluem e se misturam (chamamos a isso de sincretismo religioso).
Não é a primeira vez na história do povo de Deus que a fé verdadeira fica ameaçada por uma salada de crenças; sempre, em períodos como o que vivemos, Deus atua no sentido de levantar pessoas para viverem corajosamente os princípios revelados. Pessoas que possuam a visão correta de Deus, de si mesmas e de sua missão. Pessoas que saibam no que creem e porque devem crer de uma determinada forma. Mais ainda: Deus levanta o tipo de gente que pratique com coerência aquilo que é a verdade instruída por Ele. Em seu discurso de posse do primeiro mandato, em 1º de Janeiro de 2003, o presidente Lula declarou a respeito da reforma agrária: “As terras produtivas justificam-se por si mesmas.” Um princípio similar se revela na vida espiritual: os frutos que você produz revelam quem você é. Há um caminho para isso:

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2, NVI.

Devemos rejeitar as visões distorcidas deste mundo, suas falsas filosofias e correntes de pensamento contrárias à verdade bíblica; em seguida, devemos fazer diariamente um up-date, uma renovação, que começa na mente, apropriando-nos da Revelação divina (lendo a Bíblia, estudando, buscando compreendê-la); finalmente, estas ações concretas nos levarão à prática – experimentar e comprovar a vontade celeste em nossa própria vida cotidiana, em todos os seus aspectos. Num mundo cego espiritualmente, é preciso ter dois olhos, e bem abertos, para enxergar corretamente a realidade.

[1] Recontei o episódio a partir de Greg Herrick, The Life of the Mind, disponível em . Herrick, por sua vez, cita como fonte da história Paul Harvey, Jr. Paul Harvey's The Rest of the Story (New York: Bantam, 1997).
[2] Mônica Manir, Com fervor e autonomia, disponível em .
[3] Clare Boothe Luce, If Precente Social Trends Continue, Democracy ‘Is Bound to Collapse”, U.S. News and World Report, 5 de Julho de 1976, p. 65 e 66, conforme citado em Jerry White, Honestidade, moralidade e consciência (Rio de Janeiro, RJ: JUERP, 1990), 3ª ed.
[4] Jeffrey Archer , O décimo primeiro Mandamento: não te deixarás apanhar, in Seleções de Livros, Lieratura Estrangeira (Rio de Janeiro, RJ: Editora Reader's Digest do Brasil Ltda, 2001).
[5] Neste ponto, vale nos lembrarmos de que a própria mística (termo equivalente para misticismo) é definida como “uma experiência subjetiva e pessoal cujo centro é a ideia de união com Deus ou com o princípio fundamental de toda a realidade.” Carlos Eduardo Sell e Franz Josef Brüseke, Mística e Sociedade (Itajaí, SC: Universidade do Vale do Itajaí; São Paulo, SP: Paulinas, 2006), 18. Se a mística é subjetiva e pessoal, não é de se estranhar que a nova religiosidade, moldada por ela, apresente-se com estas duas características.

[6] Robson Ramos, Evangelização no mercado pós-moderno (Viçosa, MG: Editora Ultimato Ltda, 2003), 16, 86, 91-92. Para uma análise do influxo da religiosidade moderna na liturgia e músicas cristãs, ver Douglas Reis, A música sacra na cosmovisão adventista: analizando e interpretando conceitos de Ellen White, parte 2, disponível em e Douglas Reis, A canção e a vida, disponível em .


terça-feira, 27 de maio de 2008

“O PASTOR COMO ALGUÉM QUE DESPERTA VOCAÇÕES: O EXEMPLO DE LUTERO”



A maioria dos autores reconhece a Reforma Protestante como um movimento primeiramente religioso. Quando Martinho Lutero, que lecionava em Witemberg, afixou 95 tese contra as indulgências papais, em 31 de Outubro de 1517, iniciou-se um despertamento bíblico, ao mesmo tempo que uma controvérsia entre a posição tradicional mantida pelo Catolicismo e o que aquele monge alemão ensinava. “Basicamente […] até os adversários romanos e alemães cultos de Lutero poderiam ter visto onde ele estava certo, se não tivessem colocado os interesses do papa acima da compreensão das escrituras.” [1] Apesar de essencialmente religiosa, a mensagem de Lutero ocasionou uma nova forma de se entender o plano geral de Deus para o homem nesta vida.
Basta nos lembrarmos de que a sociedade medieval, a partir de sua estrutura eclesiástica, separa o clero dos leigos, discriminando os últimos, como se fossem “cristãos de segunda classe.” Lutero se levantou contra essa distorção:

[…] todos os cristãos são verdadeiramente de estado ‘clerical’, isto é, espiritual, e não há qualquer diferença entre eles, a não ser, exclusivamente, por força do seu ofício, conforme Paulo diz em 1 Coríntios 12.12ss: todos somos um corpo, mas cada membro tem sua própria função, com a qual serve ao outro: tudo isso faz com que tenhamos um batismo, um evangelho, uma fé e sejamos cristãos iguais, porque batismo, evangelho e fé é que exclusivamente tornam as pessoas espirituais e cristãs. [2]

Max Weber, em seu trabalho clássico sobre a relação entre a mentalidade protestante e o surgimento do capitalismo, apresenta algumas das consequências das declarações feitas pela pena de Lutero. Para Weber, a Reforma tinha como resultado uma “regulamentação levada a sério” no que diz respeito à “conduta de vida como um todo, que penetrava todas as esferas da vida doméstica e pública até os limites do concebível.” Essa nova visão afetou, inclusive, a maneira de enxergar o trabalho: surgiu a ideia de trabalho no sentido de “missão”, “vocação profissional”, “desígnio divino” [3] Tal visão, baseada em uma compreensão bíblica do mundo, conferiu dignidade à toda profissão. Como diz Schaeffer: “A vocação de um comerciante ou de uma dona de casa honesta passava [a partir da Reforma] a ser vista como tão digna quanto a do rei.” [4]
No campo cultural, a Bíblia tornou-se “o principal sustentáculo da cultura popular”, passando a influenciar a “forma de pensar do povo, inclusive das pessoas não religiosas.” [5] Assim é justo que Schaeffer faça distinção entre autores cristãos em dois sentidos: (1) o convencional (ou seja, aquele que aceitou a Cristo e suas doutrinas) e (2) quem “vive dentro dos limites do consenso gerado pelo Cristianismo. [6] Em várias áreas do conhecimento, sentiu-se o influxo da Reforma: nas Ciências, Artes Plásticas, Música, Política, Literatura, etc.
O pensamento protestante é herdeiro da tendência luterana de considerar o trabalho não meramente como um “meio de vida”, porém tido por digno aos olhos de Deus. “Nos capítulos iniciais de Gênesis, aprendemos que os seres humanos foram criados à imagem de Deus, para refletir o seu caráter, portanto, somos convocados para refletir a sua atividade criativa através da nossa própria criatividade – cultivando o mundo, extraindo o seu potencial e dando-lhe forma. Todo trabalho tem dignidade, como uma expressão da imagem divina.”
[7] Ellen White pinta, com cores vivas, a importância do trabalho:

[...] todo serviço que fazemos e que é necessário ser feito, seja lavar a louça, pôr a mesa, cuidar de um doente, cozinhar ou lavar, é de importância moral [...] As humildes tarefas que estão diante de nós, devem ser executadas por alguém; e os que as fazem devem sentir estarem realizando uma obra necessária e honrosa, e que em sua missão, por humilde que seja, estão fazendo uma obra de Deus, tão certo como o estava Gabriel, quando enviado aos profetas. Todos, em suas respectivas esferas, estão trabalhando por sua ordem. As mulheres em seu lar, cumprindo os simples deveres da vida que precisam ser atendidos, podem e devem manifestar fidelidade, obediência e amor tão sinceros como os anjos em sua esfera. A conformidade com a vontade de Deus torna qualquer obra que precise ser feita uma tarefa honrosa. [8]

Cada pastor precisa fornecer aos membros de sua igreja de que o trabalho (mesmo no que se refere ao trabalho secular) é sagrado e deve ser executado dentro de uma perspectiva cristã, contribuindo para representar a criatividade com a qual Deus nos dotou e redundar na glória do Senhor. Em tudo quanto fizermos através de nossas mãos, devemos representar Aquele que nos criou, redimiu e em breve virá nos resgatar, influenciando à Sociedade ao redor – eis uma forma de atuar como “sal da terra” (Mateus 5:13).

[1] Hans Küng. A igreja católica. Rio de Janeiro, Objetiva: 2002, 166.
[2] Martinho Lutero. “À nobreza cristã de nação alemã, acerca do melhoramento do estado cristão”, in Pelo Evangelho de Cristo.  Porto Alegre, Concórdia editora Ltda; São Leopoldo: Editora Sinodal, 1984, 80.
[3] Max Weber. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo, Companhia das Letras: 2005, 30, 72,73, 77. Edição de Antônio Flávio Pierucci, 3ª reimpressão.
[4] Francis Schaeffer. Como viveremos? São Paulo, Editora Cultura Cristã: 2003, 52-53.
[5] Felipe Fernández-Arnesto, Derek Wilson. Reforma: o Cristianismo e o mundo 1500-2000. Rio de Janeiro; São Paulo, Editora Record: 1997, 66.
[7] Charles Colson, Nancy Pearcey. O cristão na cultura de hoje: desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã. Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembleias de Deus: 2006, 174-175. Vale notarmos que a autora Nancy Pearcey é luterana.

[8] Ellen White. Testemunhos Seletos, vol. 1. Tatuí: 2006, 297-298.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

PRESERVANDO O INTERIOR


A brasa contra o bloco, o aríete na aljadra,
E as lançam, destros, contemplados por partículas
De luz recente, em seguida indo à outra quadra
Além da alçada do halo. À sombra das edículas,

Ouvem os chifres e distendem o arco. Ladra
O exterior. Vêem as mulheres, as vinícolas
Nas mãos do enxame vindo através de uma esquadra.
Erguem-se ocultos. Suas flechas são ridículas.

Outra vez deixam sua sombra em busca de alvos
Que a elevação do posto os faz ver. Outra vez
Liteiras levam corpos para espaços calvos.

Ainda com baixas, nada há que a ira lhes aplaque.
Anjos conscientes, o outro grupo expreme a tez,
Mantendo o interior incólume ao ataque.

E SÓ DÁ ELE


Depois de eleito o melhor jogador pela FIFA, no ano passado e de ser considerado uma das cem personalidades mais influentes, o que mais poderia se esperar do futebolista Kaká, jogador do Milan ? Agora Kaká, que é evangélico, está sendo o destaque de uma exposição na Áustria, que trata da relação entre futebol e religião.Na camiseta do atleta, a frase "I belong to Jesus" (eu pertenço a Jesus).[1] Kaká há pouco tempo atraiu a ironia de alguns setores da imprensa por suas declarações sobre ter casado virgem.

“Não foi fácil chegar ao casamento sem ter estado com uma mulher. Com Caroline, nos beijávamos e havia desejo, mas sempre seguramos a barra. A Bíblia diz que o amor verdadeiro se encontra na noite de núpcias.”, revelou o jogador.[2] Em uma época de modelos falhos, é importante que surjam pessoas de princípios em todas as áreas. E estes sempre terão destaque, porque Deus mesmo prometeu: "Aqueles que me honram, honrarei", ISamuel 2:30.

[1] “Kaká dá brilho à exposição na Áustria: brasileiro aparece em 'display' com a famosa camisa em que exalta Jesus”, publicado em http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/0,,MUL488919-9842,00-KAKA+DA+BRILHO+A+EXPOSICAO+NA+AUSTRIA.html.
[2] Kaká, craque do Milan, em entrevista a uma rádio espanhola. Reproduzido em revista Veja, edição 2054, ano 41, nº 13, 2 de Abril de 2008, seção “Veja essa”, p. 48.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

CAMPEÃO DO RACISMO


No último dia 14 de Maio, a copa da UEFA teve um improvável campeão: o time russo Zenit. A equipe de São Peterburgo bateu por 2 a 0 o escocês Glasgow Rangers no estádio City of Manchester (Inglaterra). Isto por si seria uma notícia sem maiores atrativos, se um fato curioso não fosse levado ao conhecimento geral: o racismo da maioria de seus torcedores do Zenit, e, a julgar pelas declarações de seu técnico, o holandês Dick Advocaat, da própria diretoria do clube. Não à toa, o Zenit quase foi banido da copa: sua torcida insultava jogadores rivais por serem negros. Aliás, o elenco da equipe russa não conta com jogadores negros.

Há anos a Europa luta para banir o racismo dos gramados. Alguns atletas, como o camaronês Etôo, já foram vitimas de insultos devido à cor de suas peles. Mas com a ascenção do Zenit o racismo marca outro gol contra e fere as iniciativas de conscientização pelo respeito inter-racial.

Para os cristãos, não deve haver tolerância a qualquer prática discriminatória. Um dos primeiros países a ser alcançado pelo Evangelho do pós-Pentescoste foi a Etiópia (Atos 8:26-40). E, em seguida, o Espírito Santo fez questão de frisar a Pedro (e aos demais membros do corpo de crentes) que a nenhum homem deveriam considerar “impuro ou imundo” (cf.: Atos 10:9-16 e 10:28); o preconceito contra não-judeus estava tão enraizado na igreja que a ação missionária de Pedro não deixou de ter uma repercussão polêmica (Atos 11:1-18; considere a ênfase incrédula da conclusão dos líderes eclesiásticos no último versículo: “Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até para os gentios!” ênfase suprida).

Imagino o que Deus ainda esteja fazendo a fim de nos despertar para a aceitação irrestrita do outro, anulando nossos preconceitos, com o objetivo de que sejamos melhores comunicadores de Seu Evangelho. Em um mundo em que os diversos preconceitos avançam por campos diferentes (até pelos campos de futebol), a mensagem de um Deus que aceita a todos precisa ser vista no povo que Ele escolheu para acolher os homens em Seu nome.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

A ESPERANÇA


No fundo, todos acordaremos de um sonho cinza para sentir um hálito sadio invadir o nosso próprio e refrescar a garganta seca. Olharemos para os lados e nada parecerá pálido. As flores ofuscarão todos os olhares. Nossa alegria nos comoverá mostrando em que tornou-se o maior sonho: ele é agora concreto, enquanto a antiga realidade será menos do que um sonho de mau-gosto.

Correr, pensar, compor, viajar, conversar, aprender, nadar, construir – qualquer destas atividades e mesmo o acúmulo delas não diminuirão um átimo do vigor em nossos músculos restaurados. Seremos jovens, jovens saudáveis! Doenças serão parte das histórias que os avós contarão para meninos incrédulos… e sorriremos, porque o Rei teremos por vizinho e Seu colo estará disponível por uma conta de anos sem fim!

A esperança é pousar em Seus olhos os nossos e entender que acabou, porque Ele quis que acabasse, e que jamais estaremos novamente longe de Seu comprovado amor. Nada aqui pode ser mais animador que a esperança de estar naquele momento vivendo, vivendo num sentido que aqui soa inverossímil admitir.