segunda-feira, 19 de maio de 2008

CAMPEÃO DO RACISMO


No último dia 14 de Maio, a copa da UEFA teve um improvável campeão: o time russo Zenit. A equipe de São Peterburgo bateu por 2 a 0 o escocês Glasgow Rangers no estádio City of Manchester (Inglaterra). Isto por si seria uma notícia sem maiores atrativos, se um fato curioso não fosse levado ao conhecimento geral: o racismo da maioria de seus torcedores do Zenit, e, a julgar pelas declarações de seu técnico, o holandês Dick Advocaat, da própria diretoria do clube. Não à toa, o Zenit quase foi banido da copa: sua torcida insultava jogadores rivais por serem negros. Aliás, o elenco da equipe russa não conta com jogadores negros.

Há anos a Europa luta para banir o racismo dos gramados. Alguns atletas, como o camaronês Etôo, já foram vitimas de insultos devido à cor de suas peles. Mas com a ascenção do Zenit o racismo marca outro gol contra e fere as iniciativas de conscientização pelo respeito inter-racial.

Para os cristãos, não deve haver tolerância a qualquer prática discriminatória. Um dos primeiros países a ser alcançado pelo Evangelho do pós-Pentescoste foi a Etiópia (Atos 8:26-40). E, em seguida, o Espírito Santo fez questão de frisar a Pedro (e aos demais membros do corpo de crentes) que a nenhum homem deveriam considerar “impuro ou imundo” (cf.: Atos 10:9-16 e 10:28); o preconceito contra não-judeus estava tão enraizado na igreja que a ação missionária de Pedro não deixou de ter uma repercussão polêmica (Atos 11:1-18; considere a ênfase incrédula da conclusão dos líderes eclesiásticos no último versículo: “Então, Deus concedeu arrependimento para a vida até para os gentios!” ênfase suprida).

Imagino o que Deus ainda esteja fazendo a fim de nos despertar para a aceitação irrestrita do outro, anulando nossos preconceitos, com o objetivo de que sejamos melhores comunicadores de Seu Evangelho. Em um mundo em que os diversos preconceitos avançam por campos diferentes (até pelos campos de futebol), a mensagem de um Deus que aceita a todos precisa ser vista no povo que Ele escolheu para acolher os homens em Seu nome.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu estava em casa nesse dia e assisti a uma parte do jogo. Na minha indignação cheguei até a torcer contra o time russo. Mas logo vi que, além da superioridade técnica do campeão, os jogadores e o técnico nada tinham a ver com as decisões racistas de seus chefes.

um cartola do CSKA, também da Rússia, vendo o elenco do seu clube disse que não sabia discernir se era um time russo ou africano. O brasileiro Wagner Love joga por lá. Veja como o nacionalismo é de fato o refúgio dos canalhas, como dizia Samuel Johnson.

joêzer