segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O QUE O PAPA DIZ NÃO SE ESCREVE


A cada declaração do Papa Bento XVI, percebe-se a carência de solidez na visão católica, tendo-se em vista a tensão peculiar ao sistema romano entre a Revelação e a Tradição. Já fizemos uma crítica à admestação papal, segundo a qual Paulo deveria ser tomado como exemplo (ver o artigo "Paulo: o exemplo dos católicos"). Agora, durante a homília de encerramento da XII Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, Bento falou sobre os mandamentos, e os resume no amor ("um amor testemunhado concretamente nas relações entre as pessoas").

Como um dos objetivos do Sínodo dos Bispos era resgastar a importância das Escrituras para a identidade e missão, não faltaram referências a este assunto. Mas note como o site católico Zenit descreve a conclusão da homilia papal: "O Papa encerrou sua homilia pedindo a Deus para que da renovada escuta da Palavra de Deus, 'sob a ação do Espírito Santo, possa se dar uma autêntica renovação na Igreja universal, e em cada comunidade cristã', pedindo também que Maria ensine a reconhecer na vida a primazia da Palavra que 'só nos pode dar salvação'."

Curiosa o apelo à fundamentamentação bíblica para se alcançar a "renovação na Igreja universal" em conexão com a dependência da autoridade de Maria, autoridade que, por sua vez, constitui-se um dogma católico sem respaldo bíblico! Tanta incoerência testemunha sobre a falta de unidade (e, consequentemente, de relevância) que a mensagem de Bento apresenta, em nítido contraste com a harmonia encontrada na Sagrada Escritura.

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