sábado, 29 de novembro de 2008

INTEGRIDADE NÃO CIRCUNSTANCIAL

“Os dons de Sua graça por Cristo são gratuitos a todos. Não há eleição senão a própria, pela qual alguém possa perecer. Deus estabeleceu em Sua Palavra as condições pelas quais toda alma será eleita para a vida eterna: obediência aos Seus mandamentos, pela fé em Cristo. Deus elegeu um caráter de acordo com Sua lei, e qualquer que atinja a norma que Ele exige, terá entrada no reino da glória.”
E. G. White, Patriarcas e profetas, p. 121 (ed. Condensada).

Por entre o verdor de Dotã,
Na insígnia de um chefe tribal,
Vem e a prece é vã:
Em um poço o prendem às gritas.
Terminam o mal
Ao venderem-no a ismaelitas.

À volta com medos e panes,
É levado o jovem hebreu
A Mênfis e a Tânis.
Voa a idéia como anda o Nilo;
No Egito vendeu
A caravana a este intranqüilo.

Sob as ordens de Potifar,
No azul a ver o lácteo gípseo,
Lembrando-lhe o lar,
Por senso e afinco se destaca.
Mesmo em solo egípcio,
Não serve ao íbis, nem honra a vaca;

Seu coração moço a Jeová,
Deus dos pais de seu pai, se prostra.
Potifar lhe dá
O governo sobre os negócios
– E o Deus Vivo mostra
O quanto prosperam Seus sócios.

Enquanto José sus progride,
A mulher de seu senhor punha,
Toda noite e dia,
Sobre ele os olhos de desejo!…
Via-o e lambia a unha,
Como a pedir ao moço um beijo.

José redargüia à mulher:
“Potifar de sob minha alçada
Nada excluiu sequer
A você, maior que os bens seus;
Ação tão errada
Praticara contra o meu Deus?”

Há vento, arrepia-se o trigo.
Sai a voz da morna cereja:
“Deite-se comigo!”
José ouve e surge, atraente
A quem quer que a veja,
A mulher de seu amo à frente.

Ao piramidal busto ela une
Racemos de um negro papiro.
Corpo que o sol brune
Ao de um José em susto enlaça,
E solta o suspiro
De uma esfinge cheia de graça.

José, homem igual a outro homem,
Ciente das fraquezas carnais,
De que as forças somem,
Pela fé resiste ao prazer;
Sem discursar mais,
Íntegro se põe a correr.

José não lhe afaga e ela berra,
Crendo-se humilhada ante a fuga,
E a ouve toda a terra…
Potifar vê seu nome em jogo:
A testa se enruga
E cede ao embuste que há num rogo;

Aquilo lhe atormenta e oprime
– Prender José, justo José,
Indisposto ao crime!…
Mas mesmo a prisão não reduz
O ânimo da fé;
E onde está, José sempre luz.

O Deus a quem ama aprimora
Seu caráter – faz-lhe o primeiro.
Quando advém sua hora,
José, o humilde homem do Céu,
Sempre firme, inteiro,
Tem mudada a sorte de réu:

É feito primeiro ministro,
Pois mesmo aos sonhos interpreta!
E de seu registro
Salta à razão que por sob panos
Cumpre Deus a meta
De honrar aos Seus correndo os anos.

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