sexta-feira, 30 de outubro de 2009

COMUNICADO DE CONFIANÇA


Amigo leitor,

Há 2 anos, o Questão de Confiança (QC) costuma ser alvo de meus melhores esforços. Acontece que, em busca da excelência, resolvi fazer uma pausa. Isto porque meu ritmo de trabalho ministerial já é extenso. Sendo assim, o QC ficará sem atualização até o dia 16/11, quando voltará com novidades. Aproveitando esta parada, terei tempo de reoganizar as ideias e partir para uma nova proposta de edição on-line para o QC. Então, até dia 16!

Atenciosamente,

d.

SEM BILHETES GARANTIDOS, MAS MUITA ATITUDE

"Se quer realizar seus sonhos, tem de trabalhar realmente duro. Não tem bilhete garantido para o sucesso. Algumas vezes você cai, e eu caí muito. Mas, então, é preciso lembrar das palavras de Muhammad Ali (o campeão de boxe): 'Ser um campeão não é sobre o que se faz quando se está no topo; é sobre o que você faz quando é nocauteado.'"

Declaração da tenista Serena Williams, fiel Testemunha de Jeová, durante uma entrevista ao The Times. Serena destacou, ao longo da entrevista, a importância da religião em sua vida, afirmando que ela lhe trazia "equilíbrio e perspectiva." Fonte: Uol

SOBRE A PERDA DE DIGNIDADE DE UMA UNIVERSITÁRIA

Um caso polêmico ganhou destaque na imprensa: uma universitária envolveu-se em um tumulto dentro de seu próprio campus, devido ao comprimento de sua roupa. A aluna do 1° ano de turismo da Uniban (em São Bernardo do Campo, SP) foi para a aula com uma roupa curta, conforme admitiu ser o seu costume. A moça se viu, então, cercada por alunos de outras turmas, os quais chegaram a tentar invadir a sala em que ela se chamava (e no transcurso da aula). Os gritos e impropérios proferidos não terminaram nem com a intervenção dos seguranças da universidade. A própria polícia teve de ir ao local. A primeiroanista foi fotografada e vídeos do episódio caíram na internet (mas foram retirados do site em que estavam, por solicitação da Uniban).

A universidade instalou sindicância para ouvir os envolvidos - alunos, professores, funcionários e a própria moça, que não quis se identificar. Ainda assustada, a estudante não pretende deixar o curso, apesar das humilhações que sofreu. "Perdi a dignidade", resumiu ela, ainda bastante atônita por tudo que se passou.

O episódio, além de trágico, é complexo. Seria apenas outro caso de violência em um dos muitos campi do país? Trata-se de outro exemplo de violência contra a mulher? A discriminação infringiu o direito constitucional de expressão? A jovem em questão é culpada por ter provocado o tumulto?

Vários aspectos têm de ser considerados. Acredito que nada justifica a reação violenta e exagerada por parte da massa de universitários. O que mais me assobra: sem a presença de seguranças, o que teria acontecido? Será que aqueles jovens, privilegiados por ocupar os bancos do saber, seriam amorais, a ponto de abusar coletivamente da moça? De fato, o pior poderia ter ocorrido...

E quanto à moça? Penso que a maneira como nos vestimos reflete nossa cultura, valores e preferências. Conscientemente ou não, passamos uma imagem pela maneira como nos trajamos, e somos responsáveis pela forma como seremos encarados pelo olhar de outrem. Consultores de moda sabem muito bem desta realidade. Não quero, com isto, insinuar que a moça deveria ser culpada pela selvageria que seus colegas manifestaram. Mas, talvez, uma forma mais discreta e prudente de se vestir evitaria (em maior ou menor grau) a humilhação que ela sofreu; tenho certeza de que, se ela previsse os resultados, ficaria mais tempo diante de seu guarda-roupa escolhendo com que roupa sairia.

Esta questão do assédio em nossa época é melindrosa, porque afeta homens e mulheres. Em grande parte, a ênfase que se vem dando à aparência, como um valor em si mesma, e a erotização da cultura, permitem que violências sexuais de toda sorte repercurtam aqui e ali. Não vejo que somente aquele jovem tenha perdido a sua dignidade - e digo-o não para minimizar os seus sentimentos doloridos, mas para apontar uma gradativa perda de princípios morais em uma sociedade que permite que histórias como esta, ocorrida no seio dos bem-nascidos e letrados, continuem proliferando.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AMOR VIRTUAL (OU: O QUE PASSA PELA CABEÇA DOS JAPONESES?)

Candidatas a namorada virtual: meninas, não me levem a mal, mas não troco minha esposa de carne e osso por nada!

Faz tempo que mostrei para alguns alunos meu post sobre um homem (japonês - de onde mais seria?!) que namorava uma fronha de travesseiro. Mas não só com personagens dos travesseiros os japoneses vêm se relacionando. Eles são ainda mais (estranhamente) criativos do que isso!

Li hoje em um
blog sobre o jogo Love Plus. O objetivo é conquistar uma namorada virtual. É bem simples: na primeira fase, você conquista uma das três moças - Nene, Manaka ou Rinko -, cada qual detentora de personalidade peculiar. Depois, o jogador dá carinho (a tela é sensível ao toque), atenção e faz coisas pela amada, o que lhe garante pontos. Funciona como em um namoro real, mas é virtual, sabe?

Eu queria saber qual a graça de trocar uma mulher de verdade por uma réplica com cara de animê! E, por incrível que pareça, não é que as japonesas se queixam de que homem no Japão está em falta - isso porque os "barbados" estão mais ocupados em se relacionar com suas parceiras virtuais?

Uma boa sugestão para estudantes de Psiquiatria: uma análise da psiquê nipônica, com ênfase na dificuldade deles com relacionamentos naturais e sadios!


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DÚVIDA: BENEFÍCIO PÓS-MODERNO


Em nossa época, olha-se com desconfiança para quem possua qualquer tipo de certeza. A honra cabe àqueles que apresentem suas dúvidas, em relação a qualquer área. Todo o tipo de conspiradores tem surgido, e explicar a realidade tendo por base uma rede de verdades fictícias é tema recorrente de filmes, reportagens e livros – assim, a ficção desforra-se da realidade, lançando sobre ela suas próprias atribuições. A melhor certeza, apontam os conspiradores, é desconhecer as certezas e duvidar de todas elas. Vale, entretanto, a ressalva: os conspiradores geralmente são interlocutores de um monólogo acrítico, resguardando suas teorias das dúvidas que lançam contra tudo mais.
Passo a desenvolver melhor a ressalva apresentada: supondo que um conspirador apresente a teoria A, em geral, a validade de seus argumentos será proporcional ao clima de dúvida que lançará contra ideias e parâmetros bem aceitos. Ocorre, na maioria das empreitadas do gênero, que todo tipo de evidências casuais e pálidas são tecidas por duvidosa linha argumentativa, a qual se respalda na crítica pela crítica, na dúvida pela dúvida – como se apenas a não aceitação de uma determinada convenção já fosse algo inerentemente meritório!
Os conspiradores e seus pares evocam uma suposta coragem ao duvidar. Mas seria toda dúvida um ato inequívoco de coragem? Se meu prédio pegasse fogo, e eu saísse gritando pelos corredores, na tentativa de alertar meus vizinhos, imagine que um deles (digamos, o que mora no apartamento 105), me dissesse que duvida da realidade de um incêndio (ainda que a fumaça negra se avolumasse e o odor de fuligem se intensificasse) seria tal morador um homem corajoso? Em verdade, diríamos ser ele um louco, um acomodado ou um desatento, mas em nenhum destes adjetivos se vislumbraria algo semelhante à verdadeira coragem.
Mas a dúvida pode estar ligada a uma atitude efetivamente corajosa? É claro. Vamos inverter a situação do exemplo anterior. Imagine se o vizinho que ocupa o apartamento 105 saísse, desconfiado com a possibilidade de incêndio, e eu, por qualquer razão superficial (talvez, nesse caso, eu agisse de forma louca, acomodada e desatenta), lhe dissesse não haver nada, e mesmo assim, ele se insurgisse contra a minha opinião e averiguasse por si mesmo, confirmando a presença das chamas no prédio?
Ou ainda: se eu fosse o síndico, e quisesse manter as aparências, acobertando um incêndio (talvez julgando que os bombeiros estivessem a caminho e pudessem contornar o problema sem pânico), o morador do 105 não seria corajoso ao me enfrentar e divulgar uma informação vital aos demais condôminos?
Qual a diferença, então, nos exemplos mencionados? A dúvida válida acompanha uma certeza, a qual pode ser confrontada dentro da mesma lógica que o objeto do qual duvido. Infelizmente, a maioria dos conspiradores duvida de coisas, e se justificam apenas por duvidar, isentando-se de confrontar suas certezas e suas dúvidas dentro de um mesmo ambiente lógico.
Não creio que a dúvida per si tenha alguma serventia. Serve mais como estratégia de marketing (muitas vezes, pessoal) do que algo que se leve a sério. A dúvida constitui um benefício quando acompanhada de uma certeza, não quando se sustenta na capacidade imaginativa de um conspirador, que a põe na frente de outra dúvida, e de outra, e mais outra, como quem usa um cheque sem fundos para cobrir outro, e o faz indefinidamente. Afinal, uma vida calcada em dúvidas não me soa razoável. Disto, não tenho dúvidas.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

CONSOLO VINDO DO MAR



As mãos se mexem tão frágeis, tão pequenas
E o berço é sua pesquisa, seu brinquedo.
Ao requebrar-se nas rochas mais morenas,
O mar lhe imita o vagido fino,
Num bem entoado e firme hino
Tão belo como o seu, como o seu tão ledo.

Seus olhos tentam a tudo ver atentos
E concentrados se soltam em viagens.
Vaga o violento rugido destes ventos;
Vão inquietos, fazendo frente
Ao movimento da mente,
Da mente dele, perdida atrás de imagens.

Móbiles são curiosos, são mistérios;
Almejaria entender as suas rotas.
Nos faróis, raios, trovões já rugem sérios.
Resplendem móbiles sob a luz.
Um barco a sós se conduz
Por meio de ínvias estradas más e ignotas.

Resmunga agora e, inquieto, chora e vage,
Nas sombras frias da casa oculta aos olhos.
A chuva dança fremente sob a laje.
O marinheiro cansado ancora.
E crê que só o mar chora
Ao retirar da jangada os seus espólios.

Desesperada a criança então desfaz-se
No mais convulso e profuso choro triste.
Dos degraus feitos com pedras volve a face
O marinheiro que leva o fardo.
Ao longe avista o tom pardo
Da casa, esta o único gozo seu que existe.

Rubra a criança nervosa ainda grita,
Chacoalhando o bercinho seu de palha.
Ao vento ondeia somente a frágil fita
Que ao lar demarca. O homem abre a porta.
Entra. Ao entrar, à luz torta,
O odor do mar na cabana logo espalha.

Escuta então o bebê pedindo ajuda;
Corre e procura um luzeiro. Ao quarto vai.
Tem o pequeno ser quem assim lhe acuda.
Com canções vindas do mar, acalma
O filho posto na palma,
Que reconhece feliz o próprio pai.

PATTINSON: É ESTRANHO GOSTAREM DE VAMPIROS


"Descobri que existe uma subcultura de pessoas que gostam de qualquer livro ou filme sobre vampiros, independente de como eles sejam retratados. Eu acho isso estranho." Robert Pattinson, ator que interpreta o personagem Edward Cullen no filme Crepúsculo, em entrevista ao Daily Telegraph. fonte: Veja.com


Leia mais sobre a série Crepúsculo

APOSENTANDO OS MÍSSEIS




O cheiro de pólvora. O impacto dos estampidos. Cadáveres se avolumando, servindo de escudo para os soldados que rastejam. A morte a cada olhada. E a todo instante o pensamento que mobiliza: “Viverei para retornar ao lar?”

Guerras. Elas se confundem com a própria existência da maldade. “Houve guerra no céu”, afirma o Apocalipse (12:7). Desde então, a guerra não parou mais. Pedras e lanças. Arco e fecha. Tochas e fuzis. Canhões e mísseis. Obuses e abusos. Guerras na selva, na cidade, entre tribos e etnias, povoados e nações. Guerras pela independência e conquista. Pelo nacionalismo e contra ele. Guerras que mutilam, traumatizam e amedrontam. Sutis e violentas. Civis e militares. Todas as guerras estão hediondamente enraizadas no mesmo músculo da decisão: o coração humano.

O livro de Daniel também se inicia num contexto bélico. Os hebreus são arrastados de suas habitações para a terra do invasor. Seu templo é dizimado, abrindo uma ferida que, por décadas, permaneceu aberta. Jovens cativos como Daniel tiveram que sobreviver. Muitos o fizeram à custa da própria fé. Daniel e seus companheiros sobreviveram pela fé.

Em algum momento do livro, as visões anunciam que as disputas entre reinos se seguiram até o fim da História. Daniel viveu o bastante para acompanhar parte do processo. Ele já era idoso quando Babilônia caiu sem muito esforço. A Medo-Pérsia superou o reino de Belsazar apenas pelo uso da estratégia (Dn 5).

O livro de Daniel avança. Somos, então, colocados diante de um cenário de guerra que envolve os últimos acontecimentos no planeta. Em Daniel 11, estamos diante de um texto que desafia intérpretes e levanta muitas possibilidades. A linguagem, ao contrário daquela usada em outras profecias, é bem literal (embora não seja explícita, sendo necessário recorrer constantemente à História para entender de que trata o profeta).

Diversos personagens históricos desfilam pelo texto, a começar por Alexandre, o Grande (“rei poderoso”, v. 3, 4); os demais generais (Ptolomeu, Seleuco, Cassandro e Lisímaco) que dividiram o império de Alexandre, após a morte do líder, constituem dinastias em constante disputa (o “rei do sul”, Ptolomeu, e o “rei do norte”, Seleuco, juntamente com seus descendentes, são mencionados em todo o capítulo).

Em meio a tantos conflitos, a Grécia cai, dando lugar a um novo poder, associado com a “violência” (v.14). Um “homem vil” aos poucos se imporia sobre os gregos. Temos nesse contexto a ascensão de Roma; primeiro se enfoca Roma pagã (v. 21-23). Em seguida, a atenção é voltada para Roma papal (v. 31-45), cuja ação contra o povo de Deus, o engano e exaltação própria recordam o que está no capítulo 7 de Daniel. Principalmente a idolatria medieval (v. 36-39) e a perseguição religiosa (v. 33, 35, 41) são destacadas. Assustador, não é?

Da perseguição na Idade Média a profecia se volta para o fim dos tempos, caracterizado como “um tempo de angústia, qual nunca houve” (Dn 12:1; cf. Mt 24:21). Mas, quando tudo indica que os fiéis estarão perdidos, surge Miguel (Jesus), aquele que foi chamado de “filho do homem” no capítulo 7 (v. 13). O Juízo está terminado e garantida a ressurreição daqueles que se mantiveram ao lado do Mestre (Dn 12:2).

No juízo concretizado no segundo advento, Deus deixará claro que faz diferença entre bons e maus – os justos brilharão, vivendo num mundo sem guerra (v. 3; ver também Ap 21:4). O livro de Daniel termina com uma nota tônica de esperança! Aqueles que, por séculos, lutaram pela justiça neste mundo, poderão voltar para seu lar eterno, junto de Deus e Seus anjos! Maravilhosa recompensa!

O Rei salvará Seu povo, durante aquela que será a última guerra. De que lado você estará? Você tem pensado nisso, ou a acomodação com valores não-cristãos faz com que você evite meditar no fim? Já é hora de empunhar as armas da Verdade e se dispor ao combate, como soldado habilitado. É hora de aguardar o livramento, enquanto o perigo ainda se desenha no horizonte. É tempo de amar, servir, doar-se e estar em comunhão. Miguel, o Príncipe Guerreiro, já desembainha Sua espada. Logo Ele estará aqui para socorrer Seus súditos perseguidos pelas trevas. Ele acabará com todas as guerras e fará do mundo o quintal de Seu palácio. Atreva-se a viver ousadamente para enfrentar o mal, em nome de Jesus. Continue leal – fiel num mundo em crise –, como viveu o próprio Daniel.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

QUE CIDADE MERECE ESTE CIDADÃO?

Sorocaba - O fundador da Igreja Renascer, apóstolo Estevam Hernandes Filho, que esteve preso nos Estados Unidos por conspiração e contrabando de dinheiro, foi agraciado com o título de Cidadão Sorocabano. A solenidade foi transferida da Câmara para a sede local da igreja, no centro da cidade. De acordo com sua assessoria, ele compareceria acompanhado da mulher, a bispa Sônia Hernandes, que também ficou detida nos Estados Unidos.

A concessão do título, aprovada pelos vereadores, causou polêmica. No Brasil, o líder da Renascer responde a inquéritos por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. O líder do PT na Câmara, vereador Francisco França, tentou barrar a concessão. Em nota, ele afirmou que a honraria a uma pessoa envolvida em acusações graves denigre a imagem da cidade.

O autor da proposta, vereador Carlos Cezar da Silva (PSC) disse que a concessão do título foi aprovada em 2006, antes de se tornarem públicas as acusações contra o fundador da Renascer. Silva, que é pastor da Igreja Quadrangular, argumentou que a igreja dirigida por Hernandes Filho atua na cidade há mais de 20 anos e mantém a casa Lar Abrigo, que atende crianças desamparadas.

Sobre as acusações que pesam sobre o apóstolo, ele disse que não cabe aos vereadores fazer julgamento. "Quem julga é a justiça". Em janeiro de 2007, Estevam e sua mulher foram presos quando entravam nos Estados Unidos com US$ 56 mil. Eles haviam declarado não portarem mais que os US$ 10 mil fixados por lei, mas o dinheiro extra foi encontrado escondido dentro de uma bíblia. Condenados, eles cumpriram 140 dias de prisão em regime fechado, seguidos de cinco meses em prisão domiciliar.



Se andam aceitando qualquer tipo de cidadão por aí, resta-nos lembrar de que, na cidade de Deus, apenas entrarão os que cumprirem os requisitos (Sl 15).

NÃO DEIXE SUA VIDA GIRAR EM TORNO DE UMA COISA SÓ


A vida é feita de muitas facetas diferentes: trabalho, família, amigos, escola, sonhos, relacionamento amoroso, esportes, saúde, beleza, artes, música, filhos...

É importante não se concentrar excessivamente em um só aspecto da vida, para que se possa ter prazer em outros, mesmo quando um lado não vai bem. A obsessão por alguma coisa nos torna incapazes de usufruir outras e nos faz perder muitas oportunidades de beleza e alegria.

Você investiria todo o seu dinheiro em ações de uma só companhia? É claro que não. Qualquer especialista que você consultasse lhe diria para diversificar seus investimentos. Porque, se aquela empresa falir, todas as suas economias irão junto.

O mesmo se aplica à vida: é importante diversificar as esperanças, os interesses, os gostos, os amigos.

A pessoa que se concentra num único objetivo perde todas as outras oportunidades de alegria e corre um risco enorme de se ver absolutamente arrasada e infeliz se não atingir aquela meta.

Há pessoas que se concentram somente no sucesso da carreira profissional e, quando ele demora a acontecer ou não vem como esperado, se frustram e se deprimem. Esquecem os bons momentos em família e entre amigos, e dos sucessos alcançados em outras áreas. É preciso reorganizar os valores.

Outros abandonam o relacionamento com a família e os amigos em prol do relacionamento amoroso. Se distanciam e vivem só para o novo amor, até que ele desaparece e a pessoa tem que reconstruir a vida novamente.

Há aqueles que se dedicam somente à família, ou somente aos amigos, e esquecem-se de buscar a excelência na carreira e na área intelectual e na saúde.

Construa suas esperanças em torno de várias coisas importantes para você, cultive muitos gostos e amigos: sua vida ficará mais rica e você se tornará uma pessoa menos vulnerável, mais interessante e feliz.

Rejane Godinho


Outra Leitura

terça-feira, 20 de outubro de 2009

VINDE A MIM, TODOS OS ANGLICANOS

Levada: porta-voz da acolhedora Sé de Roma

Não que a Igreja Anglicana fosse autenticamente protestante. Seus humores oscilaram entre um catolicismo estatal e uma fé reformada com maior moderação (Dawkins, anglicano na infância, disse que o Anglicanismo se trata de um Cristianismo mais civilizado). Mas agora é sério: com a decisão do Vaticano de aceitar em condições especiais anglicanos conversos, boa parte desses cristãos poderão se tornar católicos a partir de agora.

O site Zenit fez as honras,
divulgando as resoluções do papado. O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal William Joseph Levada, explicou que até mesmo padres anglicanos, que são casados, poderão mudar de denominação, permanecerem padres e manter o matrimônio. Tornar-se um católico parece boa pedida para a maioria dos membros da igreja fundada por Henrique VIII, levando em conta decepções recentes: com a aprovação do clérigo homossexual, muitos anglicanos abandonaram a denominação.

Trata-se de mais uma iniciativa do ecumenismo de Roma, que vem crescendo em número de ações efetivas e surpreendentes. No caso da nova empreitada, os ex-anglicanos poderão manter até resquícios de sua própria tradição. O que vale é que se ponham sob a tutela da acolhedora Sé. Quantos mais não aceitarão este convite no fim dos tempos?

Leia também:

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

BANQUETE DO REINO


A porta aberta desdobrava aos olhos temerosos uma sala empobrecida pela pouca luz Eles entraram Desconfiança era a palavra O fato era que Como animais surpreendidos por arapucas e depois soltos em viveiros Seus olhos lutavam para coibir o desconforto Mas em vão Havia um objeto que trazia particular incômodo Uma bacia Lá estava Velha Perdida na penumbra E Todavia Iluminada pelo senso de um dever inevitável Embora humilhante Razão de evasivas por parte do grupo mal-acomodado A quilométrica tensão afogava os homens Com sua sandálias secas Qual deles se arriscaria Todos pensavam na bacia enquanto se entreolhavam Na esperança de que alguém se dispusesse E Ao mesmo tempo Temendo interiormente uma convocação para o serviço O tempo estava acorrentado pela ansiedade de seus corações Por isso Andava mais devagar Para a surpresa de todos O mais digno dirige-Se da porta De onde os fitava em conflito Em direção à bacia Amarrando um pano surrado Conquanto limpo Na própria cintura Que contraste Aquele a quem chamavam justamente de Mestre assumia um papel serviçal Sentiam-se tolos Pensando ainda em manter-se no controle da situação Intencionavam secretamente Cada qual Oferecer-se-Lhe para tomar o lugar Assim impediriam a humilhação do Senhor Além de conquistarem Sua confiança Outra vez hesitaram Concluindo que Ele saberia ver a diferença entre a abnegação legítima e a impostura Lentamente Ele se reclinava Deitando na água fria os pés de Seus companheiros Seu coração se dilatava Pois a muito quis demonstrar-lhes um amor direto Um exemplo espontâneo da didática afetiva As mãos que serviam eram as asas para aqueles pés guerreiros E Sem dúvida Sepultavam delicadamente as deformidades do orgulho que cultivaram por política ao longo dos três anos O tempo outra vez se congelava E eles ouviam as arcadas de alguma música superior às cantilenas que os acompanhava nas sinagogas desde suas infâncias Surpreendidos Não Estavam tocados Isto sim Tocados pela singeleza de um gesto mais desprendido do que mães seriam capazes de fazer em nome de filhos muito queridos Senhor Não poderei permitir que chegues ao ponto de me lavares os pés Erguia-se a voz Assombrada pelo ato maior Mal compreendendo a vitalidade do ofício Tenho de faze-lo Irmão Para que tenhas participação íntima no meu ciclo de amigos E ninguém ousou outra tentativa de protesto Quase às lágrimas Doze homens foram dizimados Restanto de suas ambições a constatação de que eram falhos demais para estar à sombra da Pureza O silêncio ainda E já estavam à mesa reclinados solenemente Esquecendo-se tão rápido quanto a humanidade lhes concedia que se esquecessem da dávida Logo O pão partido O cálice abençoado Os símbolos desfilando séculos antes de serem pervertidos pela eucaristia Ou deformados por uma blasfêmia chamada transubstanciação O sacramento original O simbolismo simples do Corpo e do Sangue Apresentado aos homens que mais deveriam ser capazes de aquilatar a imensurabilidade do que era representado Deveriam ser capazes Apenas deveriam Afinal Falharam em compreender que a humildade precede a comunhão Não aceitaram que Para apreciar o serviço que Deus nos prestou temos de cultivar a disposição de servir A bacia continuou em seu canto Lá estava Velha Perdida na penumbra Essa apenas do cenáculo

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PAZ DE CRISTO X PAZ DO MUNDO


Você certamente já ouviu falar do Prêmio Nobel da Paz, certo? É um reconhecimento concedido a personalidades que contribuíram de maneira notória para uma maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz. Este é, pelo menos, o conceito reforçado pelo idealizador do prêmio, curiosamente o inventor do dinamite, o sueco Alfred Nobel. Causou espanto para muitos observadores deste prêmio em todo o mundo a recente indicação do presidente norte-americano Barack Obama para receber a distinção.

É curioso mesmo, já que o prazo final para indicação do prêmio ocorreu em fevereiro, quando Obama estava há apenas 12 dias na presidência dos Estados Unidos da América. Além disso, só para efeitos de exemplo, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter, que ficou notoriamente conhecido por se envolver em causas humanitárias e a favor dos direitos humanos durante todo seu mandato, só recebeu o Nobel da Paz quase 20 anos depois de estar à frente do poder.

Toda essa pressa, em relação à laureação do presidente Obama, pode nos fazer pensar que o conceito de paz, para os organismos mundiais, para os países ricos, para os grandes e influentes governos, talvez para as pessoas em geral, não seja exatamente o conceito bíblico. Mas o que é promover a paz para Deus? Que aspectos estão ligados a essa pequena palavra de apenas três letras?

Em primeiro lugar, a Bíblia esclarece que só há paz verdadeira, na vida do ser humano, se ele estiver ligado a Deus, ao Senhor. Em Salmos 4:8, é afirmado que “em paz me deitarei e dormirei, pois só tu, ó Senhor, me fazes habitar em segurança”. Neste verso, é possível entender que não há uma paz produzida individualmente através de ações políticas, quem sabe de ordem diplomática, mas a paz tem relação direta com a presença de Deus no cotidiano das pessoas, com essa aproximação entre o Criador e a criatura.

Dentro desta mesma linha de raciocínio, Jesus amplia a ideia e afirma que “deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou, como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. (João 14:27). A paz oferecida por Cristo às pessoas neste mundo, tanto enquanto aqui esteve presente, quanto agora quando intercede por nós (I Timóteo 2:5), é uma paz diferenciada. E Ele mesmo diz que é uma diferença referente ao que o mundo oferece. E aqui a expressão mundo se refere à opinião geral, ao consenso da maioria que nem sempre é o melhor. Ou seja, a paz do mundo não é a de Deus. Não são iguais em essência.

Mas Cristo foi mais além e disse, conforme João 16:33, que “disse-vos estas coisas para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. Novamente, a paz está intimamente ligada a Cristo, a Deus, e surge outro aspecto importante. A paz não é necessariamente a ausência de conflitos, de problemas, de dissabores, de guerras internas ou externas. É a capacidade de enfrentá-las, de mostrar ânimo mesmo frente a vicissitudes, a percalços e situações de crise. Obviamente quem dá o suporte nestes momentos é Deus a quem as pessoas se apegam e obtêm realmente paz.

Cada vez que vejo uma notícia sobre acordos de paz no Oriente Médio, em países envoltos em guerrilhas étnicas, decisões mundiais para combate ao terrorismo, enfim, toda a movimentação planetária em torno do assunto, não consigo enxergar soluções eficazes nisso. Afinal de contas, o planeta continua mais violento do que nunca, imoral, sem regras, sem limites, preocupado em ter e não em ser.

E, então, a paz de Deus figura como algo realmente inovador. Não é uma paz proclamada em reuniões a portas fechadas em algum escritório de um chefe de Estado engravatado. É uma paz disponível 24 horas por dia para quem desejar tê-la, viver com ela e transmiti-la aos que estão ao redor. Não é uma paz por atacado, em que subitamente nações inteiras passam a dar as mãos como se fossem antigos amigos somente porque um pedaço de papel assinala isso. É uma paz que cada pessoa pode sentir individualmente em sua experiência própria com Deus, ainda que sofra doenças, perseguições, injustiças, difamações. É a possibilidade real de agradecer ao Senhor por tudo apesar de tudo não ser exatamente como gostaríamos que fosse. Não é inexistência de guerras, mas é força para sobreviver às guerras.

O apóstolo Paulo resume esse aspecto, ao dizer que “e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”. (Filipenses 4:7). A paz de Deus supera a compreensão humana. Produz mudanças, só que mudanças individuais, provavelmente não globais como alguns podem supor. Mas é muito mais eficaz. A paz que alguém sente proveniente de Deus é capaz de fazer a diferença total no seu ambiente de trabalho, na sua família, entre os amigos, entre as pessoas que a rodeiam. É uma multiplicação silenciosa, sem o alarde da pompa de uma entrega do prêmio Nobel, mas cujos efeitos são duradouros e sólidos. Essa paz não se resume a um prêmio dado por homens. É fruto de um prêmio maior que Deus espera dar aos que se mantêm fiéis a Ele durante a eternidade.
Felipe Lemos, jornalista, blogueiro e twitteiro.

leia também: Obama e o Nobel

OÙ UN COEUR FROIDE RECHERCHE POUVOIR


Um medo abala a espinha e abala o gesto,
Turvando o olhar, turvando a experiência
E a lividez arcana da indolência
Desanima a ambição de um ar modesto.

Resta algo em mim e, dentro deste resto,
O choro fez singela resistência
A toda forma de conveniência;
E o fulgor da alegria é um fulgor lesto.

O único Benefício e paz sentida,
Em se tratando da época de pranto,
Minha alma encontra em um Salvador Santo.

Na Sua singeleza arde um encanto,
Porque a paz, uma vez que é recebida,
Em bênçãos se traduz por toda a vida.

A ETERNIDADE E NOSSA IDENTIDADE HUMANA

“A consciência da eternidade (deveríamos dizer a crença nela) pode mesmo ser considerada um dos traços mais definidores da humanidade.”

Zigmunt Bauman, Vidas desperdiçadas (Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Editor, 2004), p. 124-125.

PONTO PARA A CINEMATOGRAFIA EVANGÉLICA



Há algum tempo, bons filmes são produzidos pela Sherwood Pictures; a produtora evangélica lançou por aqui Desafiando Gigantes, A virada, À prova de fogo e O fazendeiro de Deus. Mas, para além dos (bons) feitos da produtora, outras estão despontando no mercado hollywoodiano.

Acabei de assistir o emocionante Ponto de decisão (Sony Pictures, 2009, com direção de Bill Duke). O longa conta a história de Dave Johnson (Morris Chestnut) e Clarice Clark (Taraji P. Henson), que lutam para manter seu casamento. Durante a cerimônia, o bispo lhes incitou a manter o cordão de três dobras - ou seja, a presença de Deus como um elo de ligação entre os cônjuges.

Para quem está acostumado aos filmes da Sherwood, roteirizados, dirigidos e encenados pelos irmãos Kendrick, sentirá a diferença de cara: Ponto de decisão enfatiza a religião, mas de forma mais discreta e retrata os relacionamentos humanos com mais nuanças em relação aos outros filmes cristãos (que apresentam, em geral, um final feliz globalizado).

Ao término, o expectador fica com a impressão de que, se a fé não cura todas as feridas, nos dá forças para tomar as decisões corretas (mediante algum sacrifício) e recomeçar. Boa pedida para assistir em família, principalmente para quem gostou de À prova de fogo (brinquei com minha esposa que esta é a versão black power daquele sucesso). Está recomedado!

A TOLERÂNCIA


Modernamente, se entende tolerância como aceitar qualquer posicionamento político, religioso ou moral como de igual valia. Isso não somente fere a lógica (que não pode admitir que duas argumentações opostas entre si sejam igualmente verdadeiras), como se revela nocivo. Dando mesmo peso a todas às posturas, qual a base para criticar o racismo, o preconceito, e as posturas dogmáticas, que se impõem sem permitir questionamento?

Por outro lado, há natural parcialidade na tolerância em sua versão pós-moderna. Pense neste exemplo: os homossexuais reivindicam seus direitos, enquanto acusam os que não concordam com eles de ferirem os direitos humanos. Um ponto de equilíbrio é não concordar com os princípios que firam referenciais éticos e a lógica, ainda que não se discrimine indivíduos. Isto é tolerância no sentido tradicional do termo. Afinal, ninguém tolera a tolerância relativista que assistimos tomar conta do Ocidente em nosso tempo.

A FERA ESTÁ SOLTA!


Um turista que visitava uma área da Grande Muralha da China perto da capital, Pequim, foi morto por um tigre siberiano quando buscava um atalho em um parque para animais.

O visitante, um chinês identificado pela imprensa local como Guo, e seus dois acompanhantes, decidiram poupar tempo descendo da muralha sem saber que a área onde haviam entrado era parte do cercado de um tigre no Badaling Wildlife World.

Um funcionário do parque, identificado como Wang, disse ao jornal China Daily que o animal avançou sobre Guo, derrubando-o, e agarrou sua garganta.

O turista morreu na hora.

Segundo Wang, um outro funcionário que viu o ataque entrou em seu jipe e avançou em direção ao tigre para afugentar o animal, enquanto os dois acompanhantes de Guo fugiam escalando uma cerca.

"Os homens ignoraram todas as placas de alerta e pularam para dentro da cerca de proteção", disse Wang, de acordo com o China Daily.

Os acompanhantes do turista morto disseram à polícia que viram placas em volta do cercado alertando para animais selvagens, mas não acreditaram na advertência porque não viram bicho nenhum, informou o jornal chinês Beijing Times.

A notícia acima, publicada no site da BBC Brasil [1], nos leva a fazer sérias considerações no campo espiritual. Da mesma forma que estes imprudentes [loucos, mesmo!!!] turistas chineses, muitas pessoas estão, hoje, brincando com o pecado – sem levar em conta os riscos sempre presentes de destruição da saúde, declínio moral e espiritual, destruição e, finalmente, morte eterna.


Vivo e ativo, mais do que nunca!

Ao descrever a rebelião no Céu, origem do pecado, que culminou com a expulsão de Satanás e seus cúmplices amotinados (Apocalipse 12:7-9), a Bíblia, ao mesmo tempo que emite uma nota de louvor e alegria pela vitória das hostes celestes, apresenta-nos uma mensagem de pesar e alerta: “[...] Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o Diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12).

Sim, a fera está solta! Sabendo que está com os dias contados (“... pouco tempo lhe resta...”), o inimigo das nossas almas está, mais do que nunca, trabalhando em tempo integral com vistas a causar a destruição final do maior número possível de pessoas.

Satanás está vivo e ativo no planeta Terra, como diz o título de um antigo livro de Hal Lindsey. Ele está por trás de todas as violências, ataques de ladrões e saqueadores e mortes em festas e grandes ajuntamentos de pessoas (Jó 1:13-15); está por trás dos tsunamis, das erupções vulcânicas e outras destruições causadas pela Natureza em seu descontrole (Jó 1:16), como, também, está por trás das guerras (Jó 1:17) e dos furacões, vendavais, enchentes e tornados (Jó 1:18-19) que têm causado tanto pânico, mortes e destruição.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CURIOSIDADES SOBRE A GUARDA DO SÁBADO APÓS O PERÍODO APOSTÓLICO


Calvino: para ele, o sábado era um descanso espiritual


Correntemente, muitos cristãos protestantes e evangélicos são da opinião de que o sábado foi superado no período neo-testamentário. Os adventistas do sétimo dia recorrem a textos bíblicos para mostrar que (A) Jesus não veio abolir a lei moral (Mt 5:17-19; 19:16-19; 24:20), (B) os apóstolos mantiveram a observância aos mandamentos (Rm. 3:31; 7:7,12, 14; Tg. 1:25; 2:10-12) e (C) o sábado continuou como marco da verdadeira adoração, tanto de uma perspectiva histórica da comunidade do I século (Lc 23:53-56; At. 13:14, 42, 44; 16:13; 17:2; 18:4,11), quanto de uma perspectiva escatológica (Ap 1:10; 14:7 – cf.: Ex 20:11; Is 66:23). Ainda assim, alguns indagam: o que aconteceu com o sábado nos séculos subsequentes à era dos primeiros cristãos? Teria esta verdade ficado escondida até o surgimento da Igreja Adventista?
Devido à limitação de espaço, este pequeno artigo apresentará brevemente uma retrospectiva sobre a preservação do sábado até a época da Reforma. Para isso, retomaremos alguns dos dados coligidos por J.N. Andrews em seu trabalho clássico sobre o assunto, History of Sabbath and First Day of Week [1], originalmente publicado em 1873. Para tornar o trabalho mais compreensível, nos valeremos da seguinte abordagem: (I) O sábado nos escritos dos chamados pais da igreja; (II) O sábado durante a Idade Média; (III) Por último, focalizaremos posição dos reformadores sobre o quarto mandamento.

(I) O sábado nos escritos dos pais da igreja

Os líderes cristãos que vieram após o período apostólico são chamados pais da igreja. Eles deixaram diversos escritos, e, embora nenhum deles seja aceito como inspirado, são úteis, pois servem de registro do pensamento teológico de cada período, bem como das circunstâncias pelas quais passou a igreja ao longo dos séculos.
Mesmo nesta fase, foram muitas as controvérsias envolvendo o quarto mandamento. Em 135 d.C., o imperador Adriano legislou contra os judeus, proibindo suas práticas religiosas (o que incluía o sábado). Isso motivou alguns pais da igreja a escreverem apologias contra os judeus e a reconsiderarem o entendimento sobre o sábado. [2]
Ironicamente, muitos destes líderes cristãos defendiam com zelo os dez mandamentos. Irineu, por exemplo, argumentava que “no princípio, de fato, advertiu-os [aos judeus] por meio de preceitos naturais, os quais desde o princípio haviam sido postos em prática, isto é, por meio do decálogo (o qual, se alguém deixar de observar, não terá salvação) que então nada mais exigiria deles.”[3] Novacio, considerado pai dos puritanos, escrevendo em cerca de 250 a.C., fala do dez mandamentos como sendo dados para que Israel retornasse às virtudes, as quais os pais da nação receberam de Deus.[4]
Já na epístola de Barnabé, parece se fazer uma avaliação dúbia do sábado: por um lado, o autor afirma corretamente que o sábado vem desde a criação[5]; em contraparte, ele rejeita a guarda do quarto mandamento. [6]
Tudo indica que a oposição ao judaísmo norteou a perspectiva pela qual os cristãos da era pós-apostólica encaravam o sábado. Assim, lentamente se introduziu a guarda do domingo (de origem pagã), até que esse dia substituísse o sábado bíblico. Entretanto, por muitos séculos, o quarto mandamento continuou a ser observado. [7]

(II) O sábado durante a Idade Média

Uma vez estabelecida a guarda do domingo, a justificativa dada pelos teólogos medievais foi no sentido de separar aspectos morais (o princípio de reservar um dia em sete) dos aspectos cerimoniais (o sétimo dia em si); assim, a Igreja Católica mantinha os aspectos morais, mas os transferia para o primeiro dia da semana. Atribui-se a Tomás de Aquino tal argumento. [8]
Entre as igrejas sob a autoridade de Roma, o sábado foi completamente suprimido. Contudo, cristãos não católicos preservavam o sábado em Roma e na Inglaterra (cujo norte sofreu a influência dos cristãos Culdee, que eram sabatistas). [9] Os próprios Valdenses também eram descritos por seus opositores como Sabbati, Sabbatati, ou Insabbatati, devido ao seu respeito pelo quarto mandamento. [10] Sabe-se também que o sábado constituiu-se uma das razões para o cisma que separou até bem pouco tempo a Igreja Católica Romana dos cristãos ortodoxos (em 1054).[11]

(III) A posição dos reformadores sobre o quarto mandamento

Embora a Reforma significasse um retorno à Bíblia como regra de fé, nem todos os erros do Catolicismo foram abandonados prontamente pelos reformadores. Para Lutero, Cristo nos libertou do sábado, considerado por ele uma ordenança do Velho Testamento. [12] Lutero também viu frustrados os esforços de seus melhores teólogos, que não puderam convencer Oswald Glait e Andreas Fischer a deixar de guardar o sábado (em 1527). [13]
Quanto a Jean Calvino, ele aceitou uma compreensão espiritualizada do sábado, em que o aspecto do repouso em Cristo substitui a obrigação de guardar o sábado semanal. [14] Todavia, o reformador de Genebra não aceitava a ideia de que Jesus ou Seus apóstolos haviam mudado a observância do sábado.[15]

Conclusão

Da mesma forma como sempre houve guardadores do sábado, verifica-se a existência paralela de oposição a este dia. E embora nos primeiros séculos do Cristianismo tenha se desenvolvida uma tradição em favor da observância gradual do domingo, tal prática não acha nenhum fundamento na Palavra de Deus. O exemplo daqueles que se sacrificaram pela Verdade deve nos motivar hoje para continuarmos vivendo em obediência a Deus (Ap 14:12).

[1] J.N. Andrews, History of Sabbath and First Day of Week, disponível em . Doravante, HS.
[2] Samuele Bacchiocchi, “Sob fogo cruzado”, in Ministério, Março/Abril de 1999, 21. Nas referências posteriores, mencionado como SFC.
[3] Irineu, Contra as Heresias, livro IV, capítulo XV, seção 1, conforme citado em HS,  174.
[4] Novatios on the Jewish Meats, capítulo 3, citado em idem, 175.
[5] Epístola de Barnabé, capítulo XV, citado em idem, 176.
[6] SFC, 21.
[7] Para uma consulta sobre a opinião de diversas autoridades que confirmam isso, ver Carlyle B. Haynes, Do sábado para o domingo (Tatuí, SP:Casa publicadora Brasileira, 2004), 2 ª reimpressão da 10 ª edição, 37-42-ss.
[8] SFC, 22
[9] HS, 229-230. O movimento Culdee surgiu quando alguns clérigos e monges passaram a advogavar uma reforma espiritual e ascética, em face da mundanidade nos círculos cristãos, o que influenciou a igreja Irlandesa até o séc. XI. Ver Henry Loyn, Dicionário da Idade Média, 481. disponível em .
[10] HS, 234.
[11] C. Mervyn Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel (Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006), 3ª reimpressão da 2 ª ed., 140.
[12] SFC, 22.
[13] C. Mervyn Maxwell, Uma nova era, 141-142.
[14] SFC, p. 23.
[15] HS, p. 252.



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

COMPENSA ACEITAR ESTE PRESENTE


A pouca luz se esquivava de mim durante a viagem de ônibus. Ainda assim, eu lutava para seguir com a leitura do ano bíblico. Confesso que, na ocasião, o ministério me parecia uma ocupação ingrata. Frustrado daquele jeito, como realizaria a visita que marcara para aquela noite?

Foi justamente em meio ao desânimo quando o Senhor falou comigo, pelos seguintes versos: “‘Mas somente você e seus filhos poderão servir como sacerdotes em tudo o que se refere ao altar e ao que se encontra além do véu. Dou a vocês o sacerdócio como um presente. […] Você não terá herança na terra deles, nem terá porção entre eles; eu sou a sua porção e a sua herança entre os israelitas.’” (Nm. 18:7, 20, NVI).

Fantástico! Pude relembrar que o sacerdócio é um presente, e Deus é a maior recompensa para os pastores. Confessei perante Deus a minha falha em julgar o ministério um fardo, e não ver o que ele realmente é – um alto privilégio. Você já se viu tentado a avaliar seu ministério da perspectiva de resultados tangíveis? O que é ter um pastorado de sucesso? Acredito que manter-se incondicionavelmente fiel ao chamado é a única segurança de cumprir os propósitos divinos.

Por que manter a fidelidade ao chamado? Apenas com essa atitude um pastor irá salvaguardar-se dos dissabores; suas considerações sobre as dificuldades serão realistas, ainda que imiscuídas em esperança: “Alguns estão sempre a ver antecipadamente o mal, ou a aumentar as dificuldades que realmente existem, de modo que seus olhos ficam cegos às muitas bênçãos que lhes reclamam gratidão.” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 293). Nunca se esqueça: nenhuma dificuldade trazida pelo ministério é maior do que as bênçãos com as quais o Senhor nos presenteia através dele.

Mas continua tentador abrir mão da convocação feita pelo Mestre! Enfrentamos oposições, críticas e suspeitas, por parte de uma geração que vê com desconfiança toda liderança religiosa instituída. Afinal, a resistência à Verdade faz com que alguns não hesitem em “prevaricar, e mesmo fazer circular as mais evidentes falsidades a fim de destruir a influência e obstruir o caminho daqueles que Deus enviou com uma mensagem de advertência ao mundo. […]” (Ellen G. White, Vida de Paulo, p. 60). Tais obstáculos, muitas vezes, encobrem a visão do que se oferece ao fiel pastor.

Entretanto, os revezes não impedirão o triunfo final da Verdade. Participamos desta vitória, quando encaramos seriamente o chamado. Longe de ser um “presente de grego”, o ministério é uma dádiva, porque resulta em salvação, para nós e para outros!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

OBAMA E O NOBEL

Barack Obama: qual será o legado de seu governo?

A dança na rua, os fogos-de-artifício e o clima de euforia: assim começou a Era Obama, saudada pelos quatro lados do globo como uma vitória da Democracia. Quem poderia imaginar que um homem negro, de origem humilde e descendência muçulmana assumiria a presidência dos Estados Unidos após o fatídico 11 de Setembro? Em contrapartida, analistas tinham dúvidas quanto a capacidade de o jovem estadista conseguir realizar as promessas de campanha. We can, dizia o slogan da campanha de Barack Obama; mas, questionavam muitos, realmente does he can?

A despeito de problemas iniciais com a nomeação de sua equipe, e das recentes críticas à sua reforma do sistema de saúde, Obama tem provado não ser um meteoro; ele está mais para uma estrela sólida, vinda para deixar sua marca. Como prova disso, temos a divulgação feita hoje de que o presidente americano foi laureado com o Nobel da Paz.

Para o comitê que definiu o ganhador do Nobel, Barack Obama se notabilizou pelos esforços em prol do desarmamento nuclear e por iniciativas em prol da paz no Oriente Médio. Levou-se em conta que abandonou-se a maioria das medidas anti-terrorismo, criadas no governo Bush - embora o Iraque ainda aguarde pela desocupação das tropas americanas de seu território. Os Estados Unidos voltaram a ter esperança em um futuro melhor, e, em consequência, voltaram a ser um referencial positivo para o restante da comunidade internacional.

Será que os nove meses de governo mereceram o Nobel? Foi justa a premiação de Obama? Talvez prematura, mas não de todo injustificada. Por seu carisma, gestão empreendedora e habilidade em negociação, o mundo vê o presidente norteamericano como a perfeita união da retórica empolgante com eficiência. Por tais características, ele já é um dos mais influentes líderes desta geração.

Tomando uma macrovisão bíblico-profética como ponto de partida, pergunto-me sobre qual será, a longo prazo, o legado do governo de Barack Obama, em um mundo onde tanto se fala de conciliação e ações conjuntas em nível global. Vale refletirmos no verso bíblico: "pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão." (1 Ts. 5:3).

O DEUS QUE ME AMA



Pudesse eu te abraçar, ó meu Jesus, pudesse
As lágrimas tornar em pérolas imensas,
Não pagaria com nada as belas sentenças
Que confortaram minha alma na hora da prece.

Se entre os caninos do pecado a fé decresce,
Basta solicitar para que a fera venças,
Dilatando-lhe a boca enquanto fujo à expensas
De Tua diligência, alheio a todo estresse;

E do pântano ao lar, um salto pela graça!
Povoa o tilintar das taças o caminho,
Junto às flautas da orquestra e à seda que se esvoaça.

Fizeste a festa em minha homenagem! Tu, que és
O mais digno, o mais puro e santo, alças o vinho,
Saldando a quem regressa com lama nos pés.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

TUDO PARA CRISTO


“Cristo diz: ‘Quero tudo o que é seu. Não quero uma parte de seu tempo uma parte do seu dinheiro e uma parte do seu trabalho: quero você. Não vim para atormentar o seu ser natural, vim para matá-lo. As meias medidas não me bastam. Não quero cortar um ramo aqui e outro ali; quero abater a árvore inteira. Não quero raspar, revestir ou obturar o dente; quero arrancá-lo. Entregue-me todo o ser natural, não só os desejos que lhe parecem maus, mas também os que se afiguram inocentes – o aparato inteiro. Em lugar dele, dar-lhe-ei um ser novo. Na verdade, dar-lhe-ei a mim mesmo: o que é meu se tornará seu.”[1]

[1] C.S.Lewis, Cristianismo puro e simples (São Paulo, SP: Martins Fontes, 2008), 2 ed., p. 259.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O CASAMENTO

Dedicado à Noribel Reis, minha esposa

O que pode ter de mais simples do que um altar, dois noivos e a bênção? Quem precisa de flashs, recepções, dia da noiva, contratos com floriculturas e decoradores? Nós complicamos as coisas, ao tentar fazê-las especiais; amar já é especial. E esse verbo doce não se conjulga em um dia, mas se declina competentemente em um tipo de dedicação que abraça a vida em sua expressão mais completa. Duas pessoas, que se reservam, se ouvem, se satisfazem, passeiam, pensam juntas e se surpreendem - isso é amor. E ele existe, apesar de desencontro e desentendimentos, a despeito de choros e mancadas. O amor é poderoso quando as pessoas se comprometem a elevá-lo. Mais ainda: a bênção divina sustenta a união e revigora o amor. Até que a morte separe os noivos, sem privá-los das lembranças de uma vida conjunta, em família, em comunhão.

Colaboração: Mariele Arend (fotógrafa criativa).

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ESPIRITISMO + SENSUALIDADE + VIOLÊNCIA = HQs de Todd McFarlane

McFarlane: o de sempre, na mesma quantidade
Conheci o trabalho do artista canadense Todd McFarlane quando eu ainda era um garoto apaixonado por HQs. Na época, fez-se muita propaganda de seu trabalho com o Homem Aranha, a ser lançado no país. Quando saíram as primeiras edições, o formato não contribuiu para uma apreciação justa do trabalho do desenhista. Posteriormente, títulos como Homem-Aranha Anual 1, a minissérie Tormento, entre outros, dentre os quais alguns saíram em formato americano, mostraram o rebuscamento de McFarlane.

Tanto ele quanto o sul-coreano Jim Lee (famoso por desenhar X-men) possuem uma peculiaridade: "carregam" as cenas quantos aos detalhes, o que mormente chega a ofuscar o próprio desenho. Não raro, as expressões faciais se mostram envelhecidas no trabalho desses dois grandes artistas da década de 90.

Juntamente com outros desenhistas de comics (sobretudo, oriundos da Marvel), McFarlane e Lee fundaram a Image Comics, que, na prática, funcionava como uma clonagem em massa de heróis clássicos (como Hulk, X-men, Wolverine, Motoqueiro Fantasma, etc). Não apenas a aparência, mas até enredos eram emulados de outros quadrinhos descaradamente. Nesta fase, dono de seu próprio nariz, Todd McFarlane resolveu criar sua própria personagem: Spawn, a cria do inferno, perseguido pela "anja" sensual Ângela.

Depois de algum tempo usufruindo dos lucros de suas criações, agora McFarlane volta à ativa: o site HQ Maniacs informou que, em parceria com o escritor Robert Kirkman e o desenhista Greg Capullo (que o substituiu na arte de Spawn), Todd McFarlane lançará Haunt. Um preview divulgado pela Image mostra que a velha fórmula "Espiritismo, sensualidade e violência" será seguido religiosamente: Haunt, atormentado pela alma de seu irmão, procura desvendar sua morte e, de quebra, se vingar! Bem original, não?

NOVO TEXTO NO OI



O Observatório da Imprensa republicou o texto O Evolucionismo de cada Marcelo, sob o título: O evolucionismo de cada redator. Clique aqui e leia o texto, bem como as reações a ele.

NOVA APARIAÇÃO DE FÁTIMA - NOS CINEMAS


O "milagre do sol" e as aparições de Fátima em 1917 são recriados com efeitos especiais digitais no filme britânico "O 13º Dia", que vai estrear no dia 13 de outubro em Portugal e nos EUA.

A recriação destas sequências foi o maior desafio na produção do filme, contaram à Agência Lusa os diretores Ian e Dominic Higgins.

No dia 13 de outubro de 1917, milhares de pessoas deslocaram-se à Cova da Iria, em Fátima, em Portugal, para assistir à aparição de Maria anunciada pelos três pastorinhos (Lúcia, Jacinta e Francisco) e muitos garantiram ter visto o sol se mexer.

"É uma questão bastante polêmica, porque há discussão sobre o que representa a aparição, o que significa e o que viram as crianças", disse Dominic.

Outro desafio foi criar a imagem da Nossa Senhora, que muitos artistas optaram por não representar ou cobrir a cara com uma luz e que vários amigos aconselharam a não mostrar.

"Nós queríamos mostrar Maria porque Lúcia a descreve e pensamos que isso seria um desafio", acrescentou Ian Higgins.

O filme usa predominantemente imagens em preto e branco, que os diretores usaram porque a história se passa no passado, mas também porque é descrita uma "realidade desagradável". A cor é usada apenas durante as cenas das aparições e do episódio do sol.

"Pensamos que tínhamos de filmar em preto e branco e tratar a cor como um dom quase precioso", justificou o diretor, que dividiu a direção e o roteiro do filme com o irmão Ian.

O resultado final de um trabalho que se prolongou por cinco anos, um filme religioso, mas que poderá apelar a um público não crente.

"Mesmo quem não seja religioso poderá retirar algo, porque a mensagem é universal", garante Ian, que confessou estar ansioso por assistir à reação do público português.

Apesar de ser uma ficção, encomendada por Leo Hughes, um antigo quadro da área dos seguros e fervoroso católico, teve sempre como objetivo divulgar a aparição de Fátima.

Contudo, em vez da pretendida curta-metragem de 10 minutos, os diretores propuseram-lhe um longa-metragem de ficção.

"Muitos anos depois, estou satisfeito por ter continuado a apoiar, o resultado é fantástico e estou ansioso que pessoas de todo o mundo tenham conhecimento de Fátima e deste milagre", afirmou à Lusa.

O elenco é britânico, mas os três pastorinhos são crianças portuguesas, recrutadas em escolas na zona de Lemington Spa.

"Fizemos castings em Portugal e na Inglaterra e procurávamos crianças com aspecto latino, mas não tinham de ser necessariamente portuguesas", contou Howes.

Ana Sofia, de 13 anos, que fez o papel de Jacinta, confessou à Lusa ter gostado da experiência, embora durante as filmagens tivesse tido dificuldade em conter o riso.

Do filme, disse que "ficou legal" e elegeu uma cena preferida.

"Gostei mais da parte quando morri, isso foi engraçado", admitiu.



Infelizmente, uma superstição popular ganha status de "mensagem universal". Biblicamente, Maria não ocupa nenhuma função de intercessora ou padroeira; O único canal de salvação - nosso acesso direto a Deus - é o Senhor Jesus (At. 4:12, Hb. 4:14-16).

SANTO SUDÁRIO: UMA FARSA?


Mais lenha na fogueira - novidades no longo caso de pesquisa sobre o Santo Sudário: para o cientista Luigi Garlaschelli, professor de química orgânica da Universidade de Pavia, a relíquia é falsa. O estudioso reproduziu uma figura similar e exibirá a comparação entre o suposto sudário e sua réplica, em uma conferência no norte da Itália, durante o próximo final de semana. As informações foram divulgadas pelo site Folha On line.

Relíquias e vestígios de objetos supostamente ligados a Jesus ou a apóstolos eram fartamente expostos durante a Idade Média. Sabidamente, boa parte do material era falsa. Não vejo porque o sudário pudesse ser considerado de forma diferente. Há, em verdade, um forte interesse da Igreja Católica nesse assunto, uma vez que Roma sempre alimentou sua fé com superstições de toda ordem. Vamos aguardar pelo parecer dos especialistas.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A ESCOLHA


Livres para saber decidir, não como entidades de feitio maquinal, obedecendo sabe a quê programação, fosse da natureza ou de alguma criatura sombria - não!, somos livres por completo. Temos a liberdade de ferir ou curar, de matar ou abraçar, de ignorar ou cortejar, de prender ou aliviar, de limpar ou encardir.

Deus nos deu pés soltos, os quais obedecem nossas decisões. Somos livres para escolher, mas não livres das consequências das escolhas realizadas. Por isso, cada escolha deve ser pensada e repensada, com prudência e buscando-se muita sabedoria do Alto. Essa atitude, em si, já é a melhor das escolhas que nos esperam a cada dia.

domingo, 4 de outubro de 2009

DETERMINISMO GENÉTICO E CAPITALISMO

Gregory Clark: saída pela tangente

A tese é polêmica: Gregory Clark, professor da Universidade da Califórnia, advoga que o sucesso econômico das nações depende de herança genética de grupos e indivívuos. Entrevistado pela revista Veja [1], Clark não teve pudor de admitir que a "convivência com um sistema de mercado por um longo período moldou a cultura e a genética dos indivíduos." Quando confrontado com a consequência de que suas ideias favoreceria o racismo, o professor universitário saiu pela tangente: "Outros pesquisadores vão ter de pensar nas implicações sociais [um tanto óbvias que dispensam estudos mais complexos!] das minhas conclusões." Clark ainda acrescentou que o "fato de uma pessoa pertencer a um grupo populacional que fracassou não significa que ela vai pelo mesmo caminho"[2], num tipo de escapada que o pensador cristão Francis Schaeffer definiu em seus escritos como "salto" (fuga das implicações lógicas de sua filosofia, o que é próprio do pós-modernismo).

Há anos, pensadores influenciados pelo evolucionismo advogam teses deterministas. Desde os genes egoístas de Dawkins (no famosos livro de 1977), aos mais recentes estudos neurológicos, a tendência é enfraquecer o poder da vontade humana, em detrimento das "leis da natureza", as quais se responsabilizariam pelo nosso comportamento e decisões. Partindo de uma perspectiva naturalista, o homem fica reduzido, perdendo a sua humanidade, acabando por se ver na condição de máquina. Não é preciso lembrar-se de que conceitos como o da eugenia surgiram desta mesma base. Simultaneamente, não custa lembrar mais uma vez que, se todo o comportamento é resultado de um determinismo biológico, por que punir coisas como estupro, assassinato, agressão e adultério? Ninguém que as cometesse seria responsável - a Genética paga a conta!

[1] Diogo Schelp, Um gene capitalista? Veja, edição 2133, ano 42, n° 40, 7 de Outubro de 2009, pp. 94-97.
[2] Schelp, idem, pp. 94-95.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

NÃO, ELE VIVE PARA SEMPRE!


Sam Harris: por que ele não começa a desafiar sua própria crença com o devido rigor?



Cada vez mais autores procuram desacreditar o Cristianismo. Obviamente, não se trata de um fenômeno da pós-modernidade; entretanto, parece haver um esforço consciente para varrer a religião de Jesus, de uma vez por todas, o que ganha força com a maciça promoção da mídia. Quem está à frente de uma nova investida nesse sentido é o filósofo Sam Harris, autor de alguns trabalhos anti-cristãos. Propomos efetuar uma leitura crítica das opiniões desse autor, conforme divulgadas na edição de Outubro da revista Galileu. [1] Ao mesmo tempo, apresentamos alguns argumentos, visando validar a racionalidade do Teísmo Cristão.
Sem fugir à regra de reportagens desta estirpe, DM levanta um questionamento sugestivo, a respeito da sobrevivência da religião, sem oferecer contraponto algum para que o leitor analise as coisas por si mesmo. Não deixa de ser curioso que Sam Harris ganhe destaque, enquanto por aqui ninguém ouve falar de Alvin Platinga ou William Lane Craig, para ficarmos com dois exemplos. Ambos são influentes filósofos, bastante respeitados nos círculos acadêmicos. Também são cristãos militantes, que escrevem artigos e participam de debates sobre temas ligados à Religião. Por que eles sequer são citados? Talvez a pergunta, posta de modo impertinente, fosse: reproduzir, com isenção, os argumentos pró-Cristianismo ajudaria a vender revista na mesma proporção que divulgar ideias contrárias a essa religião? É muito fácil marcar gols na ausência do time adversário.
Vale lembrar que Harris é estupendamente credenciado pela revista ("[...] o ensaísta norteamericano Sam Harris, estudou filosofia em Standford e concluiu doutorado em neurociência sobre como o cérebro lida com a crença. Isso deu a ele base necessária..."); ora, se o número de PhDs é credenciamento, valeria exaltar William Dembski, preponente do Desing Inteligente: Dembski possui títulos em Matemática, Filosofia e Teologia!
Observada a parcialidade do articulista, vamos nos ater à análise de algumas críticas reproduzidas na matéria. A própria reportagem parece "cantar vitória" previamente no trecho a seguir: "[...] essas obras têm em comum a oferta de bem-nutridos argumentos para demolir de vez o mais resistente dos mitos: Deus." Para tornar mais acessível nossa crítica, passamos a elencar os argumentos contra Deus, pela ordem que aparecem.

1. A impossibilidade dos milagres: Em seu livro A Morte da Fé - Religião, Terror e o Futuro da Razão (a ser lançado), Harris dirige seus ataques contra os milagres. Ele desafia os cristãos a orarem por um amputado, para que ele seja restaurado [2]. Ele parte do pressuposto de que, em mundo natural (leia-se naturalista) tais eventos são impossíveis. Primeiro, temos que definir milagre: para os cristãos, tratam-se de eventos sobrenaturais, os quais desafiam a ordem física corrente no mundo como o conhecemos. Ficam excluídas as explicações fantasiosas para eventos ordinários ou fenômenos naturais, como, e.g., soem explicar o panteísmo e o misticismo oriental. Segundo, temos que notar que os milagres costumam ser eventos únicos, sob circunstâncias especiais, não-induzidas. Em terceiro lugar: embora os milagres fossem forma eficaz de validar o ministério de Jesus e dos apóstolos, não constituem a prova final, mas apenas um meio de conduzir à mensagem do Evangelho - mesmo Jesus Se recusou a realizar milagres para provar Sua messianidade (Lc. 23:8). A melhor forma de avaliar os milagres é averiguar a historicidade de seus registros [3].
2. A obsolescência da Bíblia: Para Harris, tanto a Bíblia como o Alcorão representam "[...] 'o trabalho de homens e mulheres que viviam no deserto, achavam que a terra era plana, e para os quais um carrinho de mão teria sido um espantoso exemplo de tecnologia." [4] Essa argumentação falha em dois aspectos: primeiro, por nivelar todas as manifestações religiosas de um ponto de vista puramente naturalista. Se tornamos o Naturalismo filosófico o juiz das demais cosmovisões, já estamos admitindo sua superioridade. Mas quem julga o naturalismo? estaria ele acima das análise crítica que impõe a outras visões de mundo? Deveríamos analisar cada proposta pela sua coerência e sua correspondência com o mundo ao redor. A segunda falha ocorre por desconsiderar que a Bíblia foi capaz de transmitir conceitos reais sobre o mundo físico, a despeito de não fazer uso de linguagem rigorosamente científica. Um exemplo: as Escrituras já afirmavam, em uma época tão remota quanto 700 a.C., que a Terra era redonda (Is. 40:22). O termo "redonda" (do heb.: חוג , chuwg, círculo, compasso) se refere à palavra que é melhor traduzida por Terra (o termo hebraico ארץ, 'erets, tem, como primeira acepção, o sentido de toda a Terra, em oposição a uma parte dela, ou em contraste com o céu.) [5]. Costumo exemplificar da seguinte forma: imagine que um aluno se esqueceu de trazer um trabalho. Eu lhe dou a oportunidade de ligar para casa e pedir à mãe que envie a atividade por e-mail. Quando ele faz a ligação, quem atende é a empregada, que não entende nada sobre computadores. Para garantir que o trabalho seja enviado, ele simplifica a mensagem, evitando termos específicos, a fim de que sua mãe receba o recado correto. Deus fez mais ou menos assim: enviou o recado certo numa linguagem simplificada, através de um povo cuja mentalidade era outra. Mas o recado é verdadeiro, em qualquer linguagem.
3. A religião como fomentadora de intolerância e guerras: Sam Harris derrapa profundamente, quando enxerga na religião um viés de intolerância nata. Para ele, a fé, para estar certa, exclui crenças diferentes, o que constitui o matiz da intolerância. É o caso de perguntarmos ao escritor se sua atitude de descarte das propostas religiosas não fica em mesmo nível, agindo com certeza absoluta, ao mesmo tempo que busca destruir outras crenças! [6] Tolerância não pressupõe admitir que opiniões antagônicas estejam igualmente certas, porque isso não é lógico. Por outro lado, quando pensamos nos abusos cometidos em nome do Cristianismo, não podemos olvidar que, historicamente, ateus também se mostraram intolerantes e totalitários. Em contrapartida, os benefícios morais da religião, como fraternidade, ajuda ao próximo, incentivo à vida moralidade, etc., não podem ser negados.
4. A religião como uma certeza não verificável: "[...] Segundo ele [Harris], diante de alguma pequena evidência, eles [os fiéis] se mostram tão atentos a ela [qualquer prova a favor de sua crença] quanto os condenados. Isso demonstra que a fé não é nada mais que a disposição para aguardar provas." Faltaria, assim, que "os religiosos desafiassem a própria crença com o devido rigor." Pronto! Chegamos a um denominador comum. Pena que Sam Harris e seus partidários se mostrem tão eficientes em agir dessa maneira em relação às crenças alheias. Por que eles não começam questionando sua própria base filosófica? Vamos ajudá-los nesse mister: onde está o ancestral comum? Que evidência factual temos do surgimento da vida através da não-vida? Gostaria que os naturalistas procurassem responder a essas e outras lacunas, se puderem. Penso que o Cristianismo fornece melhores respostas. As evidências estão aí, confira quem quiser. Além disso, a argumentação dos neoateus é muito fraca - gente melhor já tentou "matar" Deus e não conseguiu.

Leia também:
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[1] Cássio Starling, “Deus está morto?”, in Galileu, n° 2191, Outubro de 2009, 72-79. Daqui para frente, referidso como DM
[2] DM, 74.
[3] Veja, por exemplo, evidências para o Êxodo em Douglas Reis,O esquecimento de Hatshepsut: evidências de uma conversão? http://questaodeconfianca.blogspot.com/2009/03/o-esquecimento-de-hatshepsut-evidencias.html. "A datação próxima do evento é uma confirmação de sua veracidade – inclusive no que diz respeito aos milagres. Jesus não poderia ser quem afirma ser (João 14:6) caso não pudesse realizar o que os evangelhos Lhe atribuem. Em última estância, aceitar ou não seus milagres é uma questão de perspectiva com a qual se inicia o estudo." Douglas Reis, Novas pérolas de Crossan na Superinteressante, disponível em http://questaodeconfianca.blogspot.com/2008/02/novas-prolas-de-crossan-na.html.
[4] DM, 75.
[5] Consultei um léxico, disponível em http://www.searchgodsword.org/isb/view.cgi?number=02329, http://www.searchgodsword.org/isb/view.cgi?number=0776.
[6] DM, 76.