sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A IGREJA ADVENTISTA FRACASSARÁ?


Os pioneiros adventistas eram a fatia mais insignificante do movimento milerita após o grande desapontamento. Hoje os Adventistas do Sétimo dia representam o maior grupo que descendeu diretamente da pregação de William Miller. Knight afirma que um dos fatores decisivos para o crescimento da facção sabatista foi seu apego a uma mensagem profética, que continha um diferencial, em termos doutrinários.
Ao encarar sua incumbência profética, os adventistas não apenas fizeram esforços para publicar periódicos (estratégia adotadas por dez entre dez grupos cristãos a emergir nos EUA no século XIX); eles estudaram detidamente as profecias, se organizaram como um corpo doutrinário coeso (sempre aberto a novas verdades bíblicas) e também se organizaram formalmente (o que exigiu uma enorme quebra de paradigma, superada a muito custo).
O movimento adventista nunca foi perfeito ou reivindicou a possibilidade de se atingir a perfeição em vida. Alguns poucos, mesmo entre os líderes, fizeram isso; inclusive os que apoiaram a teoria da carne santa, de clara influência do movimento de santidade metodista, que acabaria abrindo as portas para o surgimento do pentecostalismo. Entretanto, essa não foi marca distintiva dos adventistas.
Pelo contrário. Logo os pioneiros se deram conta de que o movimento adventista era tanto o remanescente da profecia, quanto a igreja de Laodiceia. Escolhidos, mas mornos – os adventistas cedo descobriram que “um reavivamento da primitiva piedade” era a cura para os sintomas de esquizofrenia espiritual que apresentavam.
Ao longo da história, fanáticos, descontentes e dissidentes acusaram a igreja de apostasia e alegavam sanção divina para movimentos saídos do adventismo – para logo assistir o fracasso de tais movimentos. O adventismo permaneceu. Ainda vacilante, dividido entre sua comissão divina e suas debilidades humanas. Ainda assim, convicto de que é Deus quem o sustenta e o usará para anunciar a todos o “dia e a hora do juízo” (Ap 14:7).
Não foi muito diferente em relação aos doze discípulos de Jesus: um deles, o tesoureiro, além de ladrão, vendeu Jesus por um valor irrisório. Os demais, o abandonaram na hora de Sua prisão – sem contar um que ainda o negou em vista da prisão iminente. O grupo dos discípulos não era acolhedor (as mães que levaram seus filhos a Jesus que o digam), nem isento de preconceitos (se a mulher siro-fenícia ou a samaritana dependessem da atenção deles…). Três anos e meio ao lado de Jesus não evitaram que eles se acabrunhassem com a crucifixão. Mesmo após a ressurreição, Jesus ainda ouviu a pergunta sobre o tempo que Ele restauraria o reino a Israel.
Mesmo assim, eles eram o grupo escolhido por Deus e não faria sentido algum usar a debilidade deles como escusa para deixar de seguir Jesus. Igualmente, as fraquezas do adventismo não representam razão suficiente para entender que ele tenha deixado de ser o movimento dirigido por Deus. 
O Senhor cuida de Seu povo. Por isso ainda existimos. Obviamente, um processo de refinamento ocorrerá – conhecido entre nós como “sacudidura”. Até lá, devemos nos ligar a Deus, percebendo a solenidade do tempo e mantendo a ligação com o povo escolhido. Assim a vitória estará garantida.

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