domingo, 29 de janeiro de 2012

A DIETA DO PALHAÇO 2 (OU: VOCÊ SABE O QUE VAI NA CARNE DOS HAMBÚRGUERES?)


A rede de fast-food McDonald's anunciou nesta sexta-feira que mudará a receita de seus hambúrgueres nos Estados Unidos. A mudança acontece pouco tempo após o chef de cozinha britânico Jamie Oliver descobrir e mostrar em um programa de TV que a rede usa hidróxido de amônio para converter partes gordurosas de carne em recheio para seus produtos, segundo informações do site britânico Mail Online.

"Basicamente, estamos falando de comida que seria vendida por um preço muito baixo para produzir comida para cães, e que, depois desse processo, é vendida como alimento para humanos", afirmou Oliver. A receita, que o apresentador chamou de "lodo rosa", é produzida, segundo ele, em um processo pelo qual a carne é "centrifugada" e "lavada" em uma solução de hidróxido de amônio e água.

"Por que qualquer ser humano sensato colocaria carne com amônio na boca de suas crianças?", questionou o chef. De acordo com o Mail Online, o processo de conversão nunca foi utilizado no Reino Unido, nem na Irlanda – países que usam carne de produtores locais.

Ao site, o McDonal's negou que tenha optado pela troca de sua receita por causa da denúncia de Jamie Oliver. A matéria diz ainda que duas outras redes – Burger King e Taco Bell – utilizavam hidróxido de amônio em suas receitas, mas já modificaram as receitas.

Procurada, a Arcos Dourados, empresa que opera a marca McDonald's na América Latina, informou que "o aditivo em questão não é utilizado como ingrediente nem em qualquer processo da cadeia produtiva da marca na região". A companhia ainda acrescentou: "os hambúrgueres são preparados com 100% de carne bovina e que toda a produção é validada pelas autoridades regulatórias locais".

Veja online

O olhar de suspeita mais uma vez se volta para a mais famosa cadeia de fast foods do planeta. Com tantas denúncias, fica difícil confiar na procedência e qualidade dos alimentos do McDonald’s. Da minha parte, posso dizer que, fiquei surpreso ao lanchar em uma lanchonete do McDonald’s em frente ao Harlequin shopping, em Watford (Inglaterra). Eu e minha esposa, vegetarianos, saboreamos hambúrgueres de soja ali e em uma lanchonete da rede Subway, perto do Big Ben. Infelizmente, em nosso país, faltam opções para vegetarianos – aliás, falta respeito por quem faz opção pela saúde. Quem sabe, com as denúncias, mais gente tome a decisão por uma alimentação saudável, o que poderá forçar as principais cadeias de fast food a fornecer mais opções de qualidade…

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

DIANTE DO TRONO NO CALDEIRÃO: UM ENSOPADO INSÍPIDO


No último sábado 31/01, Luciano Huck surpreendeu em seu programa: o global levou a artista gospel Ana Paula Valadão e sua trupe do Diante do Trono. Após o Festival Promessas, ocorrido no dia, parece que o sinal está verde para a participação de artistas gospel na maior emissora nacional. Claro que, se a fé move montanhas, a audiência que tais grupos proporcionam remove quaisquer preconceitos globais.
A Globo dá espaço aos evangélicos como deu ao Axé na década de 1990: por ser novidade e por saber da popularidade que tais grupos têm. Na apresentação, Luciano Huck repetiu que a artista Ana Paula já vendera 7 milhões de discos, quase justificando a presença dela em um ambiente, digamos, mundano.
Valadão não fez de rogada: disse que seu sucesso era resultado da sede por algo diferente, uma sede que Jesus satisfaz. Seria essa a explicação para seu sucesso ou toda mídia por trás da Igreja Batista da Lagoinha, denominação que promoveu a artista? O uso de ritmos populares e jargões cúlticos nos shows de Ana Paula também se acha em sintonia com as crenças neopentecostais, movimento que só cresce no Brasil. Se o Jesus da teologia da prosperidade, da “unção de leão”, dos milagres suspeitos e da “marcha para Jesus” é o mesmo que encontramos no Evangelho, aí já é outra história.
Eu creio que talvez esse Jesus, que faz tanto sucesso, seja incompatível com aquele da Bíblia; afinal, ele não possibilita uma transformação tão efetiva, nem um compromisso com a Verdade – isso porque, mais do que nunca, a ignorância em relação à Bíblia é aterradora no meio evangélico. Os pastores promovem um verdadeiro “coronelismo da fé”, declarando-se autoridade máxima, inquestionável. Estudar a Bíblia mesmo, o que levaria alguém a se saciar com a água que Cristo oferece (Jo 4:10, 13-14), isso se vê muito pouco. Os evangélicos, triste constatação, vivem mais de suas experiências fantásticas, do “louvorzão”, da profecia dita pelo servo escolhido e das unções, do que da palavra eterna do Deus vivo.

Também não creio que o Jesus que está presente nos shows gospel seja indispensável; ouso dizer que os próprios evangélicos acreditam que ele não faça tanta diferença. Um exemplo? Luciano Huck disse que seu programa é aberto a todas as crenças e cores e que a sua própria família seria assim: ele, judeu, sua esposa, a apresentadora Angélica, católica e sua sogra, evangélica. Ele ainda prosseguiu, afirmando que o Brasil é assim, ao que Ana Paula endossou, dizendo que todos têm seu espaço. E a soberania de Jesus, como fica? Foi um momento de mal disfarçado ecumenismo, diálogo de quem não tem muita convicção naquilo que crê. Um evangelho assim tão insípido deve continuar aparecendo bastante na televisão – afinal, ele não incomoda ninguém mesmo.