sexta-feira, 8 de junho de 2012

A MORTE ATINGE A TODOS – POR ENQUANTO


A notícia da morte de Anna Maria Niemeyer, única filha de Oscar Niemeyer, o mais famoso arquiteto brasileiro, virou mote para diversas frases cômicas no microblog Twitter. Isso porque Anna Maria, arquiteta como o pai, faleceu na quarta-feira dia 6, aos 82 anos, enquanto o pai já conta com 104 anos. Muitos usuários do Twitter disseram que, desse jeito, o projetista de Brasília acabará enterrando os netos e houve até quem comentasse que a morte teria levado o Niemeyer errado!
Brincadeiras à parte, o ser humano possui um desejo inato por imortalidade. Ninguém sonha com uma vida de realizações que termine com um período final de ostracismo, quando a única coisa boa que se resta é lembrar das glórias do passado. Oscar Niemeyer vem desafiando essa tendência natural, porque continua trabalhando em vários projetos, quando poderia já estar desfrutando (há muitas décadas!) de merecida aposentadoria. 
Enquanto alguns preferem chamar isso de “ciclo da vida” e até mesmo algumas religiões tratem a morte com naturalidade, o cristianismo se adéqua ao desconforto humano com a morte. O apóstolo Paulo, por exemplo, atribui à morte o epíteto de “o último inimigo a ser vencido” (1 Co 15:26). A morte é uma intrusa, uma digressão desnecessária na longa narrativa humana. Felizmente, a morte tem seus dias contados: o mesmo Paulo profetiza que ela será tragada pela vitória (v. 54) e passa a caçoar de seu poder destrutivo (v.55). A grande notícia é que, em breve, todos nos uniremos a ele em seu escárnio, porque o iminente retorno de Jesus significa o fim da morte. 
Se hoje sofremos a separação, se nossos queridos descem à sepultura e nossos cônjuges, filhos e amigos não poderão sempre nos acompanhar, resta-nos crer – e esperar –, porque se é verdade que a morte chegará para todos (embora demore mais em alguns casos), também se pode ter certeza de que seus efeitos não durarão para sempre.

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