quinta-feira, 5 de julho de 2012

DAVI VENCE GOLIAS NA LIBERTADORES


Aos olhos do grande público, outro Davi e Golias. De um lado do gramado, o inexperiente, mas impetuoso Corinthians, time das massas, conhecido pela torcida volumosa. Do outro, o vitorioso Boca Juniors, o personal pesadelo dos times brasileiros em Libertadores. Pareceria certa a vitória da equipe argentina.
Entretanto, o time do Corinthians, a despeito de toda vibração contrária, principalmente vinda dos torcedores de outras equipes paulistas, reescreveu a história, para alegria da mídia brasileira, que, em busca de audiência, incensava o clube alvi-negro. Assim, os humoristas terão de procurar outro time sem título na Libertadores para usar como mote em piadas. Após 102 anos de clube, o clube paulista decidiu. Dizem as más bocas que outro título somente daqui a mais um século. Por enquanto, o Corinthians calou o Boca e todas as bocas.
Nas duas partidas contra o catimbento Boca, surpresas: um empate em plena Bobonera, o famigerado estádio do campeão argentino, em 1 a 1. Mais surpreendente ainda foi vencer de 2 a 0, em atuação de gala de Emerson. O jogador, goleador do Timão, foi decisivo para a conquista inédita. Sua frieza e oportunismo, suas arrancadas e sua birra foram a pura expressão de um time que, se não se tornou conhecido pela técnica, tornou-se aclamado pela garra. Como o Davi bíblico, Emerson possuía poucas pedras nas mãos, e conseguiu usá-las para subverter o gigante argentino em temnpo.
Para desespero de Riquelme e companhia, que dominaram o cenário da competição sul-americana em toda a década passada, o time brasileiro conseguiu dominar o nervosismo dos minutos iniciais, quando o Boca nem se importava de estar jogando na casa do adversário. Uma vez com os ânimos assentados, os corintianos passaram a fazer o que melhor fizeram na competição: marcar e esperar pela oportunidade certa. E, é claro, contar com Leandro Castán e Emerson para conjugar os dois verbos.
Mesmo para aqueles que torciam contra a vitória corintiana (entre os quais me incluo!), resta admitir que a conquista merecida do time ensina que, no futebol (como na vida) alguns tabus não têm data de validade; entretanto, persistirão somente esperando que a competência os derrube. Afinal, tabus não são imunes à labuta, à força bruta de quem corre e quer chegar. Mesmo que demore 102 anos.

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