domingo, 11 de novembro de 2012

A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI


Texto que publiquei em um fórum (requisito de pós-graduação)

Quando pensamos em pós-modernidade, temos de encarar mudanças epistemológicas e éticas, como explicitou Bauman (O mal estar na pós-modernidade). A relativização do conhecimento e consequente desconfiança em relação à sua construção (Foucault via em cada versão da história o relato dos vencedores) parecem contribuir com o debate contemporâneo sobre a importância e veracidade do conhecimento.

Esse sitz-in-libem afeta a universade, instituição tradicionalmente tida como formadora do conhecimento científico e digna de respeitabilidade. Talvez seja correto afirmar que a universidade não deva pretender um conhecimento absoluto e inquestionável, meta impossível, ou mesmo que a neutralidade acadêmica, posto que desde Kant e sua weltanschauung, ninguém mais pode acreditar em neutralidade!

A universidade no século XXI assume um caráter de pluridiversidade, abrindo espaço para a convivência de diversas visões acadêmicas. Allan Bloom, em seu clássico The closing of American Mind, protestou contra essa visão, que, a despeito de sua erudição, prosperou. Claro que o relativismo pós-moderno é nociso ao espírito da universidade. Entrementes, pode-se comportar uma visão menos racionalista do conhecimento, como assistimos no século XX. 

Tem de haver constante busca de excelência acadêmica, que retorne como benefício comunitário. A busca pelo conhecimento não pode ser um fenômeno circular, um fim em si mesma.

O questionamento maduro e o engajamento social não precisam se divorciar da prática acadêmica, porque a ciência não é desvinculada da realidade de quem a constroi; ao contrario, é legitimada por ela e a  legitima. Mais do que diplomas e títulos, é mister que a universidade desenvolva o homem integralmente, porque esse é o verdadeiro objetivo da educação.

Sem dúvida, em seu contexto atual, a universidade deve prover um diálogo com a sociedade que se paute pela solidificação da cidadania solidária e, ao mesmo tempo, uma constante busca de excelência acadêmica, que retorne como benefício comunitário. A busca pelo conhecimento não pode ser um fenômeno circular, um fim em si mesma.

O questionamento maduro e o engajamento social não precisam se divorciar da prática acadêmica, porque a ciência não é desvinculada da realidade de quem a constroi; ao contrario, é legitimada por ela e a  legitima. Mais do que diplomas e títulos, é mister que a universidade desenvolva o homem integralmente, porque esse é o verdadeiro objetivo da educação.

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