sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"ONDE O SOL NÃO CABE": POEMA VISUAL


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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A RELIGIÃO É A MAIOR CAUSA DE GUERRAS?


Nas últimas semanas, o mundo foi palco de terríveis ataques terroristas realizados por extremistas islâmicos em países como a Nigéria (omassacre em Baga) e França (o atentado ao satírico Charlie Hebdo). Tais eventos trouxeram à tona questionamentos sobre o papel da religião nos conflitos armados que hoje devastam diferentes regiões do planeta.
Afinal de contas, a religião é a principal causa das brigas do mundo? A resposta é não, segundo um levantamento recente realizado pelo Institute for Economics and Peace (IEP), entidade internacional que se dedica aos estudos sobre a paz e uma das consultoras da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o estudo, 30 dos 35 conflitos armados registrados no planeta em 2013 até contam com elementos religiosos como uma de suas causas. Contudo, eles não são o motivo principal: 86% dos confrontos estouraram pela influência de mais de uma razão como a oposição ao governo ou oposição ao sistema econômico, ideológico, político ou social daquele país.
De fato, explica a pesquisa, foi constatado que 15 casos tiveram como causa as tentativas de mudar o sistema vigente de governo para um sistema islâmico. Portanto, as motivações por trás destes casos são consideradas pelo IEP como de cunho religioso e também de caráter opositor.
“Curiosamente, a religião por si só não foi a única causa de sequer um conflito armado em 2013”, avaliou o IEP [grifos meus]. De acordo com a pesquisa, conflitos com elementos religiosos são aqueles nos quais uma das principais partes envolvidas alega filiação a uma religião específica ou nos quais é evidente a tensão entre grupos religiosos.
Segundo a entidade, o objetivo do estudo é o de responder as cinco perguntas consideradas as mais frequentes sobre a relação entre conflitos armados e religião. A ideia é a de desmistificar conceitos que invariavelmente ligam uma coisa a outra.
Para determinar quais seriam estas questões, o IEP analisou os tópicos de discussão e as opiniões mais comuns sobre o tema na imprensa internacional. Na visão da entidade, conflitos armados são eventos nos quais “o uso contínuo e organizado da força causa no mínimo cem fatalidades em um ano ou tem um sério impacto na segurança, infraestrutura ou recursos naturais e com objetivos”.
Confira abaixo as outras quatro perguntas respondidas pela análise da entidade.
A proporção de pessoas religiosas ou ateias determina a paz em um país?
Não há dados que comprovem a ligação entre a presença de religião, ou a falta dela, em um país e os conflitos armados, responde a entidade. “Entre os dez países mais pacíficos do mundo, três podem ser descritos como muito religiosos. E, entre os dez mais violentos, dois são pouco religiosos”.
Em países muçulmanos, a quantidade de sunitas ou xiitas determina a paz?
Segundo o estudo, apesar do aparente papel de sunitas e xiitas em instabilidades no Oriente Médio, no âmbito global, os países nos quais um ou outro é a maioria não são necessariamente violentos e conflituosos.
O IEP não nega que tensões entre sunitas e xiitas são algumas das razões para a violência na região, mas enfatiza que a paz entre eles não é inevitável. De acordo com os analistas, o que é ainda mais determinante para um clima de estabilidade são fatores como o baixo nível de corrupção, um governo bem estruturado e boas relações com os países vizinhos.
A religião é importante para entender o que leva um país a paz?
De acordo com o IEP, análises revelam que há uma consistente relação entre corrupção, desigualdades econômicas e instabilidades políticas com o grau de violência interna de um país. E são estes os fatores mais importantes a serem avaliados quando se investiga o que é que leva uma população para uma situação de conflito.
Contudo, explica a pesquisa, há duas características religiosas que também estão fortemente associadas aos níveis de paz: as restrições a uma prática religiosa ou possíveis hostilidades contra um grupo religioso.
A religião pode ter um papel positivo na construção da paz?

A pesquisa reconhece que existe um debate sobre os impactos negativos da religião na construção de um ambiente de estabilidade. Mas enfatiza que é preciso enxergar o potencial positivo que a religião pode ter na construção da paz. “A religião pode atuar como uma forma de coesão social e, com o envolvimento das comunidades, ajuda a fortalecer os laços entre os cidadãos”, considerou o IEP. 

fonte: Exame.com

Veja também: palestra sobre atentados muçulmanos e genocídio na Bíblia: aqui

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

domingo, 18 de janeiro de 2015

TEM GENTE QUE RI DE COISA SÉRIA



Fábio Porchat é um humorista. Isso no Brasil representa alguma coisa, já que não temos tradição de reverenciar filósofos e escritores. Infelizmente, o que “celebridades” midiáticas dizem serve de guia para formar a opinião das pessoas. Ou, ao menos, causa barulho suficiente. E nossos humoristas adoram barulho. Confundem humor genuíno com irreverência. E confundem a liberdade de expressão com uma carta branca para insultar grosseiramente os outros. Se esse é o humor inteligente, fico pensando como seria o humor burro…
A última pérola de Porchat é um texto com seu estilo (?) corriqueiro, em tom coloquial e raso de ideias. Sob o título Tem gente que, o autor faz uma digressão sobre religião, no contexto plural do mundo contemporâneo. A moral da história nem precisa ser adivinhada, porque Porchat a expõe textualmente nas últimas linhas: “Eu não posso ser tolhido das minhas ações porque você acredita numa fábula que você chama de religião.” Claro que a declaração demanda reflexão (mesmo que isso não seja muito o forte de humoristas e de seu público alvo…).
Em primeiro lugar, o texto parte da ideia de que as religiões se equivalem. Caberia estabelecer que as religiões de fato se equivalem, dadas as suas diferenças gritantes. Esse é um motivo pobre para a tolerância, uma espécie de equiparação por baixo das crenças religiosas. Racionalmente se pode avaliar as religiões de forma objetiva, porque, no dizer da filósofa espanhola Adela Cortina, elas fazem afirmações resgatáveis. Quando se olha especificamente para o cristianismo, destaca-se seu constante apelo pela confrontação históricas. O que se afirma – seja os milagres, ressurreição de Cristo ou qualquer outra coisa, por mais incomum que seja – recebe dada, local, circunstância e referencial. Isso não soa como se alguém estivesse inventando uma história. Afinal, dar os detalhes e pedir que os outros confiram, exige algum tipo de certeza história sobre o que se crê.
Assim, afirmar que toda religião seja uma fábula não é apenas incorreto, mas parte de um preconceito sobre a natureza de uma religião. Aliás, a religião cristã não existe para tolher quem quer que seja de seus hábitos. Há espaço para respeito. Isso é tolerância: discordar, argumentar, convencer e, por fim, limitar-se a isso. Por isso os historiadores admitem que a expressão liberdade religiosa surgiu de Tertuliano, um cristão. Em seus dias, os cristão poderiam fazer duras críticas ao paganismo, sem, contudo, deixar a decisão do que fazer ao foro íntimo de cada pessoa. Sem a liberdade promovida pelo cristianismo (que agregou à democracia grega a noção do valor da expressão individual), ironicamente Porchat não encontraria espaço para o pensar diferente.

O texto de Porchat também ignora os efeitos diversos que religiões diferentes trazem. As ações elencadas por ele em uma cascata não são todas nocivas ou meras esquisitices; algumas até encontram boas razões para serem praticadas, mesmo fora do âmbito religioso. Hoje, por exemplo, poucos médicos duvidariam dos benefício de uma dieta vegetariana (estão aí as Blue Zones que não no deixam mentir!). No texto do humorista, o aspecto racional e prático da fé é totalmente passado por alto, apenas para que ele chegue às conclusões. Infelizmente, como é do feitio de Porchat, o resultado não poderia deixar de ser uma piada. De mal gosto.

Veja também: palestra sobre atentados muçulmanos e genocídio na Bíblia: aqui

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

sábado, 3 de janeiro de 2015

POR QUE SENTIMOS FASCÍNIO PELOS ANIMAIS SELVAGENS?

Acho que eles gostam de um cafuné

Os grandes felinos são animais que exercem fascínio sobre todos os que apreciam a natureza. Por fascínio temos que entender tanto profunda admiração como medo. Afinal, tigres, leões, leopardos, onças e animais semelhantes possuem pelagens fabulosas (as quais, infelizmente, atraem a indústria da moda). Ao mesmo tempo, são animais agressivos, predadores robustos e insuperáveis. Mesmo ante o sonho de se aproximar deles, a sensatez e instinto de preservação não fariam com que alguém chegasse a tanto.
Mas será mesmo? Ali estava eu perante três tigres (que não me pareciam tristes, como aqueles do famoso trava-língua infantil). Aliás, um deles estava mais agitado, movendo-se bem perto de mim. Estanquei. Ao olhar dos lados, percebi que meus acompanhantes, curiosos para ver as feras tanto quanto eu, já haviam dado alguns passos para trás. Apenas outra mulher, que já se submetera à experiência continuava ali, imóvel como eu e ainda mais exultante.
Finalmente, recebi permissão para ficar atrás dos tigres e acaricia-los. O que parecia um sonho se materializou em uma foto comprobatória, senão de coragem, ao menos de que é possível admirar o fascínio que os felinos exercem mais de perto.

  Chegar perto dos filhotes é mais fácil!

Por mais incrível que a descrição soe, não é incomum. No zoológico de Lujan, na Argentina, os visitantes podem interagir de forma intensa, entrando na jaula dos animais, inclusive. Entretanto, há uma polêmica em torno de Lujan: muitos afirmam que os animais sejam dopados, mal alimentados e recebam tratamento cruel. Outros argumentam serem os felinos animais de hábitos noturnos, razão pela qual passem sonolentos boa parte do dia (quando ocorrem as visitas).
Uma peculiaridade de Lujan pode explicar a docilidade dos animais: eles são criados em cativeiro e na presença de cães (presentes em todas as jaulas abertas à visitação), o que ajudaria a torna-los mais “sociáveis.” Além disso, o tratamento que eles recebem é duro em alguns momentos. Durante nossa visita ao tigre-branco, ele e outro tigre estavam bem agitados, o que não causou boa impressão em quem estava na fila para vê-los. Em algum momento, o tigre branco recebeu um forte golpe do funcionário responsável, para espanto dos presentes. O rapaz simplesmente jogou o balde por cima da cabeça do animal, o que fez com que ele se aquietasse.

    Esse aí não estava muito simpático, o que explica a distância

Visitas mais tranquilas fizemos ao urso e ao elefante (que apenas comeram de nossa mão). No momento em que eu e minha esposa resolvemos almoçar, alguns patos se intrometeram, em um bando inconveniente. Alguns da gangue até batiam o bico, pedindo nossas bolachas. Acabamos cedendo à pressão, o que foi um erro: quando recebiam comida, insistiam por mais. Resolvemos ignorá-los por um tempo. Depois subimos na mesa, a fim de evita-los. Foi quando uma llama, animal raríssimo, quase extinto, nos surpreendeu pelas costas e chegou perto de pôr o focinho no pacote. O jeito foi procurar um lugar menos frequentado para concluir a refeição…

Tão dócil que quase levamos para casa...

O momento mais emocionante foi o contato com o leão. Acariciar sua juba áspera, esparramada pelas costas descomunais traduziu o paradoxo em torno do fascínio. Se tirar fotos com filhotes de leões e tigres se revelou algo tranquilo e prazeroso, não se pode negar que o encontro com leões adultos seja mais prazeroso, embora nada tranquilo. Apesar da presença de cuidadores do zoológico, o medo ainda está ali, latente, perpassando a admiração que o rei dos animais causa em qualquer um.
À saída, eu e minha esposa observamos a reação das crianças na parada de ônibus, dando folhas verdes na boca de gamos do outro lado da cerca. Pareciam feitas para aquilo, para aquele tipo de contato com os bichos. Aliás, como será ver animais novamente depois de Lujan? Sem poder interagir e se limitar a vê-los por trás das grades, parece que não será o mesmo. Que bom seria usufruir de um contato mais puro com animais silvestre, sem o risco que os seres selvagens nos oferecem.
Muitas fábulas e histórias fictícias apontam homens e animais juntos, muitas vezes até retratando seres irracionais personificados, os quais adquirem trejeitos humanoides. Ao contrário disso, a Bíblia, livro sagrado dos cristãos, apresenta diferenças qualitativas entre homens e animais, afirmando que apenas os primeiros foram criados “à imagem e semelhança” de Deus (Gn 1:27). Recebendo o domínio sobre toda a criação, o que incluía os demais seres vivos, os seres humanos exerciam a função de zelar por eles, em uma espécie de domínio benevolente. Afinal, a primeira função do homem foi nomear os animais (Gn 2:19-20), o que, na cultura hebraica, indica que ele os comandava (Gn 1:28). Dominar com responsabilidade: um excelente paradigma para o homem do século XXI, envolto em tantos dilemas ambientais.

  Quase ela se esqueceu da comida e levou minha esposa...

Se a interação entre homens e animais era perfeita no Éden bíblico, parece que o fascínio que os animais ainda mantém sobre nós é um resquício disso. De igual modo, o medo que temos de alguns deles é herança dos primeiros homens: mais precisamente, o medo é resultado do pecado, que quebrou a dinâmica existente entre humanos e natureza. Ao invés de respeito e harmonia, haveria medo, matança e morte por toda a Terra (Gn 3:17-19).
Para aqueles que acreditam na promessa bíblica, a história não acaba aqui, precisamente onde nos encontramos. Há uma esperança: a restauração de todas as coisas (Is 65:17-18), promessa reafirmada e ampliada no Novo Testamento (2 Pe 2:13; Ap 21:1-4). E, quando todas as coisas voltarem ao equilíbrio idealizado pelo Criador, poderemos nos aproximar de animais e interagir com eles! Não mais entre grades e cercados por cuidadores, porém de forma espontânea e natural. Observe como o profeta descreve a cena futura:

O lobo viverá com o cordeiro, o leopardo se deitará com o bode, o bezerro, o leão e o novilho gordo pastarão juntos; e uma criança os guiará. A vaca se alimentará com o urso, seus filhotes se deitarão juntos, e o leão comerá palha como o boi. A criancinha brincará perto do esconderijo da cobra, a criança colocará a mão no ninho da víbora. Ninguém fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar. (Is11:6-9)

O lobo e o cordeiro comerão juntos, e o leão comerá feno, como o boi, mas o pó será a comida da serpente. Não farão nem mal nem destruição em todo o meu santo monte", diz o Senhor. (Is 65:25)


Sem dúvida, um mundo como o que Deus promete compensa toda espera. Além de despertar um outro tipo de fascínio, cheio de admiração e gratidão.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015